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opepDiário Liberdade - [Alejandro Acosta] No dia 4 de dezembro, finalizou a 168a. reunião da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo). Não houve nenhum acordo, apenas de que a próxima reunião acontecerá no dia 2 de junho de 2016 em Viena.


Foto: Ministério de Relações Exteriores do Equador (CC BY-SA 2.0)

O preço do petróleo não aumentará pelos cortes na produção, conforme os países mais afetados pela queda dos preços pretendiam.

A Rússia e o Irã não querem cortar a produção. A Arábia Saudita, na prática, também não. Os sauditas contam com o esgotamento das economias dos demais países, que são mais fracas, e com o colapso da indústria do xisto nos Estados Unidos, que foi um dos fatores, junto com o aprofundamento da crise capitalista mundial, que impulsionou o colapso dos preços. As contradições impulsionaram a política do “salve-se quem puder”.

O governo do Irã, após o levantamento das sanções, pretende triplicar a produção para quase três milhões de barris diários.

Rússia, Venezuela, Equador, México e países menores, como Angola, Líbia, Argélia, enfrentam déficits públicos monumentais e estão na linha de frente da crise mundial.

A queda dos preços do petróleo representa também um dos fatores que impacta a crise da especulação financeira que movimenta 15 vezes o valor do PIB mundial.

Crise do petróleo, crise capitalista

O período de pós-guerra, conhecido como “os anos dourados” do capitalismo nos países desenvolvidos (de 1948 até 1967), levou à crise mundial do petróleo de 1974, da qual o capitalismo não conseguiu se recuperar mais. A partir desse momento, diversos mecanismos especulativos foram se desenvolvendo, aprofundando o parasitismo.

A calote generalizado que a administração Nixon aplicou em 1971, acabando com a conversibilidade do dólar ao ouro, representou mais um sinal de fraqueza e abriu o caminho para a especulação financeira em larga escala. Sem o padrão ouro, o mecanismo costurado e imposto pelo imperialismo norte-americano para manter a ditadura do dólar passou a ser a comercialização do petróleo em dólares.

Durante o auge do neoliberalismo, na década de 1990, o imperialismo desenvolveu os derivativos financeiros como o principal mecanismo especulativo em cima do qual são obtidas altas taxas de lucro. A comercialização de matérias-primas e, principalmente, do petróleo, passou a ser feita (hoje, em torno de 65% do total) nas bolsas de mercadorias futuras.

Os países produtores, fundamentalmente os países do Conselho do Golfo Pérsico, liderados pela Arábia Saudita, vendem o petróleo em troca de papéis financeiros, sobre preços estimados numa data futura. Altos funcionários da OPEP têm declarado várias vezes que o volume dos títulos que referenciam a comercialização real a superam em mais de 30 vezes.

Esses papéis, que são uma “derivação” do petróleo real, são agrupados em cestas, pelos bancos imperialistas, junto com outros papéis de diversas procedências (hipotecas, dívida pública, dívida privada, fretes, outras cestas de derivativos etc.) e graus de podridão, e são comercializados cobrando taxas em torno de 2,5% pelas transações. Além disso, são frequentes as manipulações dos índices e dos mercados para favorecer as apostas futuras. Os mecanismos especulativos implementados somente se sustentam em cima do aumento contínuo dos preços. As crescentes dificuldades para manter esses mecanismos em pé fazem parte do desenvolvimento da crise capitalista na direção de um novo e gigantesco colapso econômico.

Alejandro Acosta é cientista social, colaborador do Diário Liberdade e escreve para seu blog pessoal.


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