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011115 mdchChina - Diário Liberdade - [Alejandro Acosta] O imperialismo norte-americano deslocou, recentemente, um navio de guerra, o USS Lassen, para regiões próximas às ilhas artificiais que o governo chinês está construindo no Mar da China, especificamente no arrecifes de Subi e Mischief, no arquipélago de Spratlys. Essa região é um dos três pontos do planeta onde há um alto potencial de estouro de um conflito militar de larga envergadura.


O USS Lassen foi deslocado recentemente para próximo das ilhas que Pequim está construindo no Mar da China. Foto: Class Inez Lawson/U.S. Navy (Public Domain) 

As tensões escalaram. O Ministério da Informação da China declarou que “a China responderá com firmeza às provocações deliberadas de qualquer país. Continuaremos monitorando de perto as áreas relevantes no mar e o espaço aéreo, e tomaremos todas as medidas necessárias de acordo com as nossas necessidades.” O ministro das Relações Exteriores, Lu Kang, declarou que as provocações poderão acelerar o ritmo da construção das ilhas artificiais.

O Pentágono declarou que o objetivo é garantir a liberdade de navegação e a liberdade do comércio na região e que manobras parecidas também incluirão construções feitas pelo Vietnã e as Filipinas. O imperialismo também incita a Malásia, Brunei e Taiwan com o objetivo de se posicionar como árbitro e justificar o agressividade militarista. Nada menos que a metade do orçamento do Pentágono foi deslocada para a região com o objetivo de conter o expansionismo chinês.

Pelo Mar do Sul da China trafegam nada menos que US$ 5 trilhões em mercadorias.

As contradições entre as políticas do imperialismo tendem a se acentuar conforme a crise capitalista avança. Da mesma maneira, acontece com as contradições com as potências regionais. O objetivo é salvar os lucros a qualquer custo.

Qual é o objetivo da escalada agressiva dos EUA?

Em boa medida, a escalada da agressividade norte-americana no Mar do Sul da China representa uma exceção no contexto da desescalação promovida pela Administração Obama na região e na Ucrânia com o objetivo de estabilizar o Oriente Médio.

O Pentágono busca pressionar o Congresso para que o orçamento militar não seja reduzido agora que está em discussão o aumento do teto da dívida.

Ao mesmo tempo, o controle da região de Ásia Pacífico passa pela imposição militar e a manutenção das alianças por trás da política de contenção da China.

A China se encontra encurralada pela política de contenção norte-americana. Um dos componentes fundamentais do Novo Caminho da Seda é evitar o gargalo do Estreito de Malaca, por onde trafegam uma boa parte das exportações e das importações chinesas. Trata-se de um estreito com apenas 30 quilômetros de largura que é controlado pela Marinha dos Estados Unidos, por onde circula mais de 80% do petróleo consumido na China.

A política chinesa para enfrentar a agressividade imperialista é fundamentalmente defensiva, principalmente levando em conta a desvantagem em tecnologia militar, que fica muito clara quando se avaliam os porta-aviões e os submarinos norte-americanos. Somando os fatores políticos e econômicos, a capacidade de expansão da China é bastante limitada na situação política atual. As ações dos chineses têm como objetivo conter a pressão do imperialismo contra a “proteção” da “liberdade de navegação”. Entre elas estão o Novo Caminho da Seda, o Novo Banco dos BRICS e o Banco Asiático de Investimentos de Infraestrutura, do qual participam a Alemanha, a França, a Itália e a Inglaterra.

Qual é o significado da escalada da agressividade do Japão?

O grande temor da China é o envolvimento do Japão nas disputas, que está sendo usado como um intermediário pelos Estados Unidos para impor o controle militar da região.

Recentemente, o Japão realizou manobras conjuntas com as Filipinas no Mar do Sul da China, assim como outras manobras com outros países do Sudeste Asiático. O país também acordou com os Estados Unidos começar a patrulhar o Mar do Sul da China neste ano.

O Japão representa uma das duas principais potências imperialistas industriais junto com a Alemanha. A necessidade de garantir o suprimento de matérias-primas o posiciona como um concorrente estratégico tanto da China como dos Estados Unidos. Ao mesmo tempo, a contenção dos japoneses faz parte da política norte-americana do controle da Costa Oeste.

O Japão passou a ser impulsionado como uma espécie de “proxy” da política militar dos Estados Unidos. Mas, o desenvolvimento da crise conduz, inevitavelmente, à política do “salve-se quem puder”, o que implica na tendência ao acirramento das contradições e ao enfraquecimento da frente única por meio da qual o imperialismo norte-americano tem controlado o mundo a partir de 1945.

Alejandro Acosta é cientista social, colaborador do Diário Liberdade e escreve para seu blog pessoal.


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