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031015 greciaanGrécia - ANA - A seguir, o comunicado da Iniciativa pela formação de uma Federação Anarquista sobre seu congresso fundacional, que acontece nos dias 3 e 4 de outubro de 2015.


O tema da reabilitação organizativa dos anarquistas na Grécia tem sido colocado de maneira imperativa e enfática faz muito tempo. Publicação de livros, eventos políticos, debates em público e confrontos dentro e fora da Internet, estiveram criando, por um lado um ambiente de crítica às deficiências do aformalismo e do modo de organização e de ação política utilizado até hoje, e por outro lado a vontade para iniciar o debate da questão em termos que pudessem conduzir a mudanças práticas e a resultados visíveis.

Neste contexto, durante os dois últimos anos muitos coletivos anarquistas de várias cidades gregas, compartilhando as preocupações anteriormente mencionadas, procedemos a um processo de diálogo que nos permitiu, por um lado refletir e nos posicionarmos sobre uma variedade de questões, e por outro lado (algo que é mais difícil e mais importante) formar posições em comum com outras coletividades, com as quais não tínhamos necessariamente códigos comuns e relações políticas anteriores.

Consideramos que tanto a forma deste processo como o modo de sua realização, seu conteúdo e resultado, constituem uns acervos para o espaço anarquista da Grécia. Pese a que os diferentes pontos de vista organizativos e políticos desta questão não permitiram a uniformidade desta formação e conduziram durante a última fase do processo à criação de duas formações a nível nacional diferentes entre si, a questão básica e essencial, e a razão pela qual se iniciou este processo segue sendo o desafio mais crítico: A necessidade da reestruturação organizativa dos anarquistas sobre umas bases novas.

É uma necessidade que surge cada vez que percebemos que nossas reflexões podem fazer-nos capazes de dar respostas com prontidão aos desafios e os ataques do Estado, mas nossa complacência ante eles condena nosso espaço político a submergir no pântano da precariedade e a aleatoriedade da conjuntura.

É uma necessidade que surge cada vez que no marco de uma luta nossas propostas se convertem em linguagem de madeira e em motivos verbais monotonamente repetidos, ao não estar integradas na articulação de um discurso global e com propostas, e em um programa político unitário e coerente.

Por último, é uma necessidade que surge cada vez que as relações sociais e pessoais, e as relações de tipo “quadrilismo” ou de antagonismo, determinam quais são as colaborações, quem é chamado ou não a um processo, e que em última instância quem são os que vão colaborar.

Todo o anteriormente citado, ou seja, o oportunismo e o caráter conjuntural, a falta de clareza e a fragmentação das propostas, a ideologização rígida e a substituição das relações políticas pelas relações pessoais, estão justamente no núcleo da problemática colocada pelos coletivos que tentam abrir um novo capítulo na história organizativa do movimento anarquista na Grécia, procedendo à criação da Federação Anarquista.

Certamente, os processos de deliberação e de diálogo não nos fizeram especialistas nos temas da organização. Tampouco cremos que tenhamos descoberto a panaceia organizativa para as debilidades políticas do espaço anarquista. Estamos decididos, no entanto, a experimentar com novas formas de organização política e a provar novas formas de estruturação de nossa ação, de nosso discurso e em geral da presença dos anarquistas nas lutas sociais e de classe!

Estamos decididos a confrontar a incapacidade crônica de produção de uma estratégia de luta mediante a criação de um campo político onde nossas opiniões se cruzem e participem no diálogo igualitário e de uma maneira funcional. A forma federal de organização pode oferecer (constituir) este campo, promovendo ainda mais o discurso global e com propostas, e oferecendo mais oportunidades para a difusão deste discurso na sociedade e no proletariado.

Queremos que a Federação se converta em um conjunto de estruturas e processos, que possa proporcionar um campo de diálogo e de coesão entre os coletivos anarquistas políticos, e que se oponha à lógica das negociações oportunistas entre os sujeitos políticos, para pôr em relevo (trazer à luz) de vez em quando as hierarquias informais criadas.

Os rapidíssimos acontecimentos políticos, as mudanças no cenário político central, a crise (econômica, social, política), os acontecimentos arrasadores para nossa classe nos assuntos sociais e laborais, e a dissolução das ilusões de uma gestão capitalista mais favorável para os de baixo, fazem ainda mais premente a necessidade de nossa organização com formas novas, mais eficazes, mais massivas, claramente revolucionárias! Por outro lado, nossa organização federal constitui um exemplo palpável da organização que propomos para toda a sociedade.

Vivemos em uma época na qual as propostas anarquistas podem e devem ser difundidas e incorporar-se às lutas sociais e de classe, sendo as únicas propostas capazes de conduzir à emancipação de classe e à libertação social!

Já é claro para nós que nos períodos de transição e nas descontinuidades históricas que vivemos, os coletivos anarquistas ou se organizarão, planificarão e atuarão conjuntamente, ou se limitarão à autorreferencialidade e se desvanecerão.

Tradução: Sol de abril


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