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israelIsrael - Diário Liberdade - [Alejandro Acosta] Conforme a crise no Oriente Médio tem avançado, o estado sionista tem se visto cada vez mais pressionado pela desestabilização da situação política.


Foto: Wikimedia Commons (Domínio Público)

Ao mesmo tempo, a política da Administração Obama busca desenvolver alianças com outras forças com o objetivo de conter a implosão da sua política. Não por acaso, há um esforço por desescalar as contradições na Ucrânia, em primeiro lugar, e na região Pacífico da Ásia, em certa medida, com o objetivo de colocar em pé uma frente única envolvendo a Rússia e o Irã.

Essa política tinha acirrado os “ânimos” e levado à renúncia do General Petraeus, o diretor geral da CIA e ex-chefe das forças invasoras no Afeganistão. Vários figurões, inclusive do Partido Republicano, têm se declarado a favor da “diversificação” das relações do imperialismo, em detrimento da “exclusividade” das relações com os sionistas israelenses e a obscurantista monarquia saudita.

A política de força no Oriente Médio, em cima da estreita aliança com os sauditas e os sionistas, impulsionada pela extrema-direita norte-americana, tem sido relegada a segundo plano. No lugar, Obama tenta impulsionar uma frente única com a Rússia e os aiatolás iranianos no meio de uma “dança das cadeiras maluca” onde acontecem as coisas mais estapafúrdias possíveis em comparação com a “homogeneidade” da política aplicada até o colapso capitalista de 2008 e o estouro das revoluções árabes em 2011.

Na Síria, os Estados Unidos apoiam a al-Qaeda. A al-Nusra nem sequer faz parte da lista das “organizações terroristas”, da qual faz parte a milícia do Hizbollah libanês. A situação já muda no Iêmen, onde os Estados Unidos e os sauditas combatem a al-Qaeda. No Iraque, o imperialismo depende das milícias xiitas, controladas pelo Irã, para conter o avanço do Estado Islâmico.

A crise capitalista tem levado à implosão dos mecanismos tradicionais de controle do Oriente Médio e do mundo. A volatilidade e a crescente fraqueza desses controles tendem a se acelerar conforme a crise se aprofunda.

A "dança das cadeiras" dos sionistas israelenses

As contradições dos sionistas israelenses com o Irã representam apenas a ponta do iceberg do mar de contradições em que o Oriente Médio se encontra.

A pressão das milícias vêm, em primeiro lugar, a partir do Hizbollah libanês, a milícia mais organizada do mundo, do Estado Islâmico e de outros grupos muçulmanos.

A aliança com os sauditas tem se fortalecido com o objetivo de manter os privilégios das relações com o imperialismo norte-americano. Uma parte da histeria sobre o perigo nuclear do Irã tem como objetivo justificar os US$ 3 bilhões de ajuda militar que os Estados Unidos fornecem anualmente.

Para conter a desestabilização na Síria, os sionistas desescalaram, na prática, as tensões com o Hizbollah, apesar de que apoiam a al-Nusra no sul da Síria, e entraram em alianças com a Turquia, com a Rússia e com as facções das minorias curdas e druzas.

A derrota de Israel no Líbano na década de 1990 e, principalmente, em 2006, pelo Hizbollah, acabou desenvolvendo uma força militar muito poderosa, capaz de enfrentar os sionistas numa guerra irregular e de atingir Telaviv por meio de foguetes disparados a partir do Líbano. Esse é o potencial perigo. Mas o avanço do Hizbollah e de outros grupos muçulmanos, como a al-Qaeda, somente representa um perigo para os sionistas israelenses no médio prazo.

Com o objetivo de conter a desestabilização proveniente do sul, os sionistas estão promovendo a aliança com os militares golpistas egípcios e o Hamas para conter o fortalecimento do Estado Islâmico na Península do Sinai.

O desenvolvimento das tendências revolucionárias na Palestina representa um obstáculo para a política da direita israelense que busca criar o Grande Israel, expulsando os palestinos. Mas essa política abre caminho para a entrada de grupos como o Estado Islâmico que já estão atuando na Faixa de Gaza e que têm se tornado inimigos mortais do Hamas.

Israel: um revólver norte-americano apontado na cabeça dos povos árabes

Apesar do aumento das contradições de Israel com os Estados Unidos, principalmente a partir da frente única com os aiatolás iranianos, Israel representa um dos pilares norte-americanos para o controle do Oriente Médio.

O que mudou então? Que agora o controle é muito mais frágil e requer de inúmeras e contraditórias alianças, apesar de continuar mantendo Israel armado até os dentes.

A Turquia é um país poderoso, membro da OTAN, mas com pretensões de potência regional que, muitas vezes, coloca em xeque os interesses do imperialismo. O controle do Mar de Mármara, que permite a passagem para o Mar Negro e de uma parte fundamental do Mar Mediterrâneo é neutralizado com o contrapeso de Israel. O expansionismo turco para o sul, na busca pela reconstituição do Império Otomano, é contido por Israel. Ao mesmo tempo, a aliança entre a Turquia e Israel impede a expansão do Irã. Este aliança, que é muito contraditória, ficou paralisada após o assassinato de várias pessoas, pelo Exército israelense, que viajavam num navio turco levando ajuda humanitária à Faixa de Gaza. Mas agora, perante a escalada da crise voltou a ser reativada em vários aspectos.

Na Síria, Israel atua de maneira cada vez mais estreita com os sauditas. A aproximação com a Rússia tenta buscar uma saída que coloque em pé um governo fraco na Síria, mas sem o potencial de tornar-se um inimigo aberto de Israel.

A evolução de Israel depende tanto da evolução política específica do Oriente Médio como da evolução da situação política mundial, principalmente do resultado das eleições nos Estados Unidos, que acontecerão no próximo ano.

Alejandro Acosta é cientista social, colaborador do Diário Liberdade e escreve para seu blog pessoal.


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