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assadSíria - Diário Liberdade - [Alejandro Acosta] O governo de al-Assad se encontra cada vez mais encurralado na região ocidental da Síria, mas ainda representa uma força poderosa, com forte base social entre os alawitas, a minoria de origem xiita do país, além de contar com o apoio do Irã, da milícia libanesa Hizbollah e da Rússia.


A saída negociada impulsionada pela Rússia e os Estados Unidos passa pela saída de al-Assad do governo após um breve período de transição. Foto: Wikimedia Commons

As movimentações para uma saída negociada buscam promover um governo de unidade nacional, com a saída de al-Assad e mantendo a participação dos alawitas. Uma espécie de “saída libanesa” onde os interesses do imperialismo e das potências regionais se confrontam numa espécie de briga de ninho de cobras.

A pressão sobre as regiões do norte só tem aumentado. Os “rebeldes” ameaçam tomar as cidades de Hama e Homs, com a ajuda da Turquia e do Catar. No sul, Daraa e Quneitra se encontram sobre enorme pressão. Com a ajuda da Arábia Saudita e da Jordânia, esses rebeldes ameaçam avançar em direção a Damasco, a capital do país.

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Ao mesmo tempo, o Estado Islâmico aumenta a pressão a partir da região oriental sobre o corredor Homs-Hama.

O governo de al-Assad conta com a ajuda da Rússia e do Irã/ Hizbollah em primeiro lugar. O Irã mantém a ajuda financeira e o apoio militar por meio da Força al-Quds, a força de atuação no exterior da Guarda Revolucionária, e das milícias xiitas que têm atuado nos combates em Daraa, Aleppo, Hama, Latakia e Idlib.

Em algumas cidades sírias, como Zabadani, Fuaa e Kafriyeh, os governos do Irã e da Turquia intermediaram um frágil cessar-fogo que incluiu o Ahrar al-Sham, um dos aliados próximos da al-Nusra (a al-Qaeda na Síria) e a milícia libanesa Hizbollah, mas que foi rapidamente implodido.

Quem pode suceder al-Assad?

A saída negociada impulsionada pela Rússia e os Estados Unidos passa pela saída de al-Assad do governo após um breve período de transição, onde seria substituído por Farouk al-Shara como primeiro-ministro. Al-Assad deverá ser exilado no Irã ou na Rússia, mas o eixo da questão é a garantia de que os interesses dos alawitas serão contemplados no próximo governo.

O chefe dos serviços de inteligência, o general Ali Mamlouk, também seria substituído. O chefe do exército seria um alawita e o Ministério da Defesa seria ocupado pelo ex-comandante de Brigada da Guarda Republicana Síria, Manaf Tlass, que fugiu do país em 2012, provavelmente numa manobra para manter a família Tlass (sunitas, aliados dos al-Assad de longa data) no poder. Mas também aparece o nome de Farouk al-Shara, que também é sunita e com laços com o governo de al-Assad e com o Partido Baath. Sua família possui força na província de Daraa, localizada no sul da Síria e controlada pelos “rebeldes”.

A luta contra o governo de al-Assad é o fator que ainda estabelece um certo comum denominador entre os “rebeldes” que atuam na Síria. Uma vez que al-Assad seja retirado do cenário político, inevitavelmente, novos confrontos serão iniciados ou retomados. A Síria deverá ser convertida rapidamente numa Líbia de proporções apocalípticas, aumentando ainda mais o potencial de irradiação da crise. As contradições são enormes e conduzem ao fortalecimento das guerras intestinas. O anunciado colapso capitalista mundial, que deverá explodir no próximo período, provocará o aumento da desestabilização no Oriente Médio e potencializará o contágio da crise sobre as demais regiões do planeta, principalmente os países desenvolvidos.

Alejandro Acosta é cientista social, colaborador do Diário Liberdade e escreve para seu blog pessoal.


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