Foto: Theophilos Papadopoulos (CC BY-NC-ND 2.0)
O ultra capitulador governo do Syriza até já tirou o ministro das Finanças, Yanis Varoufakis, e o substituiu pelo queridinho da Alemanha e da França, Euclid Tsakalotos, o mesmo que substituiu Varoufakis nas negociações com a União Europeia.
Conforme previsto, o governo do Syriza (espécie de Psol brasileiro ou Podemos espanhol) entregou a proposta para a Comissão Europeia, mantendo a completa capitulação ao imperialismo europeu e norte-americano.
Essa proposta era a mesma da União Europeia, com apenas algumas diferenças cosméticas.
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A grande "novidade" foi a "oferta" de atacar ainda mais as já convalidas aposentadorias, imediatamente. Se a análise não fosse política, mas moral ou gastronômica, poderia-se dizer que se trata de algo repugnante ou até obsceno.
O Syriza também aceitou aumentar os impostos sobre o consumo, o IVA (imposto sobre o valor agregado), imediatamente. Ou seja, mais um ataque contra os salários e os ingressos dos trabalhadores.
Tsipras pediu o acionamento do MEDE (Mecanismo Europeu de Resgate), que nada mais é do que um fundo de títulos financeiros ultra podre que tem como objetivo manter a especulação funcionando.
Uma ideia sobre a podridão dessa dívida pode ser vista nos primeiros relatórios da Comissão da Verdade sobre a dívida pública grega, da qual participou a brasileira Maria Lucia Fatorelli.
O recente Referendo, onde venceu o “Não”, nada mais foi do que uma manobra impulsionada pela própria Angela Merkel, François Hollande e o FMI, com o objetivo de possibilitar a manutenção da especulação financeira com a Grécia no olho do furacão.
Isso fica claro com o pedido que Tsipras está colocando. Uma única página pedindo um resgate por três anos. O FMI estima o "resgate" em 70 bilhões de euros.
De fato, nada chegará aos gregos, assim como nunca chegou. Os resgatados serão os banqueiros.
A esquerda integrada ao regime burguês não tem a mínima condição de enfrentar os crescentes ataques contra os trabalhadores. Devido à própria condição de classe, o seu objetivo é "um lugar ao sol", basicamente um carguinho de deputado, asessor ou alguma outra benesse do estado capitalista.
A única saída para a crise passa pelo rompimento com as amarras imperialistas, a começar com o parasitismo financeiro. As ultra corruptas dívidas públicas devem ser desconhecidas, o que conduz os bancos e as grandes empresas ao colapso.
Para colocar em prática medidas efetivas contra o capital é preciso a mobilização e organização das massas trabalhadores. O acelerado aprofundamento da crise capitalista coloca, como condição de vida ou morte, a retomada do movimento operário da década de 1980 abortado pelo chamado "neoliberalismo".
Conforme já analisado, o objetivo do Referendo foi apenas conseguir condições mais alongadas para manter os pagamentos dessa ultra corrupta e podre chamada dívida pública grega.
Essa política não é nada diferente do que o governo do PT faz no Brasil com a nossa ultra corrupta dívida pública que hoje consome quase a metade do que o governo gasta somente com os serviços (juros, taxas e amortizações).
Nouriel Roubini – o economista norte-americano, que, em 2006, previu, em detalhes, o colapso de 2008 – previu, no início deste ano, um novo colapso, de gigantescas proporções, muito maiores que todos os anteriores, para o próximo ano.
E agora não é como 2008, quando até um dia antes da AIG (a maior seguradora do mundo) quebrar, havia um "oba oba" generalizado. As vozes sobre o novo colapso aumentam a cada dia.