1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 (3 Votos)

syrizaGrécia - Diário Liberdade - [Alejandro Acosta] No dia 24 de junho, os “credores” da Grécia, em particular o FMI (Fundo Monetário Internacional), rejeitaram a proposta do governo do Syriza que propunha cortes por oito bilhões de euros nos próximos 18 meses.


Alexis Tsipras, primeiro-ministro grego e líder do Syriza. Foto: Joanna (CC BY 2.0) 

A alegação seria que os cortes afetavam “demasiado” os impostos maiores “sem cortar na carne”. Em outras palavras, mais cortes nos gastos públicos e mais entrega do país para o imperialismo.

Syriza (o PSOL grego) contra as cordas

O “jogo duro” do imperialismo, e o oportunismo do Syriza, ameaçam implodir não somente o frágil governo liderado pelo Syriza, mas o próprio partido.

E mesmo se um “acordo” for alcançado, o governo ficará extremamente exposto.

Ficam em aberto várias questões que deverão ser avaliadas no próximo período:

Como Syriza conseguirá enfrentar os demais vencimentos?

Como Syriza conseguirá manter a unidade do governo e do partido capitulando covardemente ao imperialismo?

E, principalmente, como o povo grego conseguirá sobreviver sob o fogo de ataques cada vez mais violentos?

Aumentará a imigração em massa para os países centrais, onde a crise também aumenta, ou enfrentará o imperialismo, passando por cima das direções oportunistas?

A burguesia conseguirá manter a estabilidade do regime político após um referendo ou novas eleições?

A burguesia conseguirá manter a estabilidade por meio de um regime golpista, de extrema-direita?

Qual será o impacto de um novo colapso capitalista mundial sobre a Grécia? Qual será a capacidade de reação dos trabalhadores gregos?

O que a esquerda oportunista não consegue entender?

A esquerda oportunista grega, brasileira e mundial não consegue entender que é impossível chegar a um acordo com a burguesia imperialista em questões estruturais, das quais depende a própria sobrevivência. Aliás, com o aprofundamento da crise capitalista tem ficado cada vez mais difícil chegar a quase qualquer acordo.

O ponto de partida que deve ser considerado é que não se trata de um problema moral, de ser “bonzinho” ou “mauzinho”. Há um problema econômico que direciona o comportamento dos indivíduos, mesmo sem eles quererem ou perceberem. E ainda mais. Não se trata de um problema de indivíduos, mas de classes sociais.

Os monopólios precisam salvar os lucros a qualquer custo. Está colocado um novo colapso capitalista de larguíssimas proporções. E agora os estados burgueses ficaram com pouca bala na agulha, depois de terem gastado dezenas de trilhões para resgatar os parasitas capitalistas da bancarrota de 2008.

A queda dos lucros impõe a necessidade de que a crise seja paga pelos trabalhadores, principalmente da periferia e dos países atrasados.

Se a Grécia deixar a zona do euro, o rombo imediato para os bancos alemães será de 48 bilhões de euros. Isso sem contar o dinheiro que o BCE (Banco Central Europeu), que é controlado pelo Bundesbank (o banco central alemão) deixará de receber.

Os repasses do BCE para a Grécia não chegam ao bolso dos gregos. Muito pelo contrário. Eles são enviados diretamente para os bancos imperialistas e ainda potencializados na especulação financeira, que representa o coração do capitalismo parasitário que tem transformado o mundo num verdadeiro cassino especulativo.

Por que a esquerda oportunista não consegue entender?

O primeiro ponto que deve ser considerado é que as ilusões da esquerda oportunista sobre a “democracia imperialista” se deve ao próprio caráter de classe. Essa esquerda representa os interesses das camadas médias da população.

Uma das caraterísticas da classe média, ou pequena burguesia, é a ilusão com o capitalismo, a “democracia” e o regime burguês no geral. Por quê? Devido a que ela tem como objetivo “subir na vida”, “galgar a pirâmide social”, se tornar, ela própria, a classe burguesa. O “pequeno” problema é que o capitalismo se encontra em crise terminal e não comporta essa mobilidade social. Inclusive, o que está colocado para o próximo período, é um novo colapso capitalista, muito pior que os anteriores, onde as condições de vida dos trabalhadores, e das camadas médias, serão colocados em xeque. A disparada da inflação e do desemprego, que se acumularam após a crise mundial de 1974, e que somente foi controlada, a duras penas, com as políticas neoliberais, estará colocado novamente para o próximo período. E com mais força do que nunca. E, conforme disse Vladimir I. Lenin, não existe nada mais revolucionário que a inflação.

A esquerda pequeno burguesa não consegue romper com as ilusões sobre o capitalismo. Na Grécia, fica evidente que a política aplicada pelo Syriza não tem a mínima condição de ir em frente. Há contradições de classe irreconciliáveis em jogo. E as opções são muito poucas: ou submeter-se ao imperialismo ou mobilizar as massas para romper com o imperialismo.


Diário Liberdade é um projeto sem fins lucrativos, mas cuja atividade gera uns gastos fixos importantes em hosting, domínios, manutençom e programaçom. Com a tua ajuda, poderemos manter o projeto livre e fazê-lo crescer em conteúdos e funcionalidades.

Microdoaçom de 3 euro:

Doaçom de valor livre:

Última hora

Quem somos | Info legal | Publicidade | Copyleft © 2010 Diário Liberdade.

Contacto: info [arroba] diarioliberdade.org | Telf: (+34) 717714759

Desenhado por Eledian Technology

Aviso

Bem-vind@ ao Diário Liberdade!

Para poder votar os comentários, é necessário ter registro próprio no Diário Liberdade ou logar-se.

Clique em uma das opções abaixo.