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siriaSíria - Diário Liberdade - [Alejandro Acosta] Existem três pontos de conflito no mundo onde as contradições podem escalar a enfrentamentos militares em larga escala, a Ucrânia, o Mar da China e o Oriente Médio.


Foto: Freedom House/Flickr (CC BY 2.0)

No Oriente Médio, a crise e a desestabilização ameaçam incendiar a região em direção ao coração da região, o Irã e, principalmente, a ultrarreacionária monarquia da Arábia Saudita. A Síria se encontra prestes a desintegrar-se como estado. Ao mesmo tempo, o contágio da crise avança sobre o Iraque.


Diferentemente do que aconteceu na Somália na década passada e na Líbia nos últimos três anos, agora temos no olho do furacão países que contam com a possibilidade de botar fogo em toda a região.

A Síria faz fronteira com a Turquia, uma potência nuclear, membro da OTAN, que enfrenta o problema dos curdos. Se o governo al-Assad cair, os guerrilheiros islâmicos colocarão o Líbano como o próximo e inevitável alvo, além de se fortalecerem para avançar sobre o Iraque e a Jordânia. O Iraque é um aliado próximo do Irã e um grande produtor de petróleo de alta qualidade.

Ao mesmo tempo, a crise avança no Afeganistão, no Paquistão e nas repúblicas da Ásia Central. No Tadjiquistão tem aumentado a atividade dos grupos guerrilheiros, assim como no Turcomenistão que é um fornecedor de primeira ordem de gás para a China. O chamado Novo Caminho a Seda, impulsionado pelos chineses, passa pela província de Xinpiang, que faz fronteira com o Paquistão, pelo Quirquistão e pelo Cazaquistão para alcançar a Rússia.

Os exércitos sírio e iraquiano têm enfrentado enormes dificuldades para enfrentar o Estado Islâmico e os demais grupos guerrilheiros. Os relativos sucessos dependem do apoio em terra do Hizbollah libanês e das milícias xiitas no Iraque.

A Síria se encontra implodida enquanto estado nação. O controle é dividido entre o governo alawita, apoiado pelo Hizbollah, o Irã, a Rússia e a China (este por baixo do pano); o EI; os grupos apoiados pela Turquia e o Catar, com o imperialismo europeu por baixo do pano, principalmente a al-Qaeda ou a al-Nusra, que agrupa em torno de si vários grupos islâmicos; e os grupos apoiados pela Arábia Saudita e a Jordânia.

O Iraque se encontra dividido entre o governo central, os curdos e o EI. Mas o governo central enfrenta enormes dificuldades para manter o controle do país. Ele depende do apoio do Irã, das milícias xiitas e do imperialismo norte-americano.

O que representa a crise no Oriente Médio?

A crise avança a passos largos em direção ao coração do Oriente Médio. As principais potências da região têm as próprias contradições internas que ameaçam implodir conforme a crise avançar. O Irã conta com a própria população curda e as contradições entre as próprias alas da burguesia local que está no poder. A Arábia Saudita conta com a Província Oriental, habitada majoritariamente por xiitas, de onde extrai o grosso do petróleo e que foi palco de sangrentos confrontos ha três anos.

A crise do Oriente Médio tem o potencial de jogar gasolina (e muita!) no aprofundamento da crise capitalista mundial. A venda do grosso do petróleo da região em dólares norte-americanos representa um dos pilares dos chamados "petrodólares" que permite impor a ditadura do dólar no mundo (a maquininha de emitir dólares funcionando a todo vapor). Esses mecanismos estão na base da especulação financeira que representa o coração da economia capitalista mundial. Somente os ultra nefastos derivativos financeiros movimentam 15 vezes o montante da economia mundial.

Para o próximo período está previsto um colapso capitalista mais profundo que todos os anteriores a partir da explosão da mãe de todas as bolhas, as emissões de dinheiro podre pelos bancos centrais. Esse colapso pode ser potencializado pela crise no Oriente Médio, e a crise no Oriente Médio pode botar fogo no mundo impulsionado pelo aprofundamento da crise capitalista mundial.


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