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dudaPolónia - Diário Liberdade - [Alejandro Acosta] Quem está por trás da nova escalada militar? Alemanha/ França, os Estados Unidos? Não. A Polônia.


Andrzej Duda, recém-eleito presidente da Polônia pelo Partido Lei e Justiça, de extrema-direita, quer estabelecer bases militares da OTAN permanentes na Polônia. Foto: Piotr Drabik (CC BY 2.0).

Ucrânia: o jogo do esconde, esconde...

Recentemente, aconteceu uma nova escalada dos confrontos militares no Donbass (as autoproclamadas repúblicas de Donetsk e Lugansk). Concretamente, vários povoados localizados na região ocidental da cidade de Donetsk, perto do aeroporto, foram bombardeados pela artilharia ucraniana e 9.000 soldados foram colocados em regime de prontidão. Os soldados de Donetsk responderam e lançaram uma contra-ofensiva. Foram reportados dezenas de mortos e feridos.

Ao mesmo tempo, o próprio presidente ucraniano, Petro Poroshensko, nomeou o ex-presidente da Geórgia, Mikheil Saakashvili, como governador da província (oblast) de Odessa, que faz fronteira com a Transnístria, a região separatista da Moldávia.

Por que o conflito militar foi retomado? Isso significa o fim dos acordos de Minsk 2, assinados em fevereiro? Por que a Alemanha e a França estariam abandonando o relaxamento das tensões e buscando a guerra contra a Rússia? Por que a Administração Obama também estaria buscando a guerra contra a Rússia, após ter enviado, recentemente, o próprio John Kerry (chefe do Departamento de Estado) a Sochi? Por que a Ucrânia busca sufocar a Transnístria? A chave das respostas a essas perguntas está na Polônia.

A política da Polônia para a Ucrânia contraria os interesses da Alemanha

A política que tem sido seguida pelos últimos governos da Polônia tem posicionado o país como o mais direitista dos integrantes europeus da OTAN.

O partido que controla o governo polonês, o direitista Plataforma Cívica, tem mantido firme o apoio aos golpistas de Kiev, buscando pressionar pelo ingresso da Ucrânia na União Europeia e o envolvimento militar da OTAN direto no conflito. O novo presidente da república, que acabou de vencer as recentes eleições, Andrzej Duda, pelo Partido Lei e Justiça (extrema-direita), levantou a necessidade de estabelecer bases militares da OTAN permanentes na Polônia. Os quatro partidos que compõem o parlamento polonês, todos de direita, concordam com a proposta.

Essa política não é apoiada pela Alemanha e pela França, as potências dominantes da União Europeia, que buscam a distensão com a Rússia, com o objetivo de aliviar a pressão do aprofundamento da crise capitalista. A chanceler alemã, Angela Merkel, declarou publicamente que a ausência da Rússia no recente encontro do G7, que aconteceu em Belmau, Alemanha, representou "uma perda". A mesma política começou a ser seguida pela Administração Obama, que busca distender a tensões com a Rússia na Ucrânia, com o objetivo de fortalecer a frente única para estabilizar o Oriente Médio, de cara às eleições presidenciais que acontecerão no ano próximo.

Durante a recente visita do chefe do Departamento de Estado norte-americano, John Kerry, a Sochi, no sul da Rússia, Poroshensko chegou a declarar: "Não tenho dúvida. Iremos libertar o aeroporto [de Donetsk] porque é nosso território. E vamos reconstruir o aeroporto". A resposta de Kerry foi que Poroshenko deveria honrar o cessar-fogo, estipulado nos acordos de Minsk 2.

A situação do governo Poroshensko é extremamente frágil. A crise avança a todo vapor. A previsão para a economia, neste ano, é de contração em 15%. A inflação cresce sem parar. Os preços das tarifas públicas dispararam. Há poucos dias, o gás aumentou em 40%, a água em 55%, e a electricidade em 67%. O descontentamento tende a se generalizar e se fortalecem os setores que buscam dar um golpe de estado, dentro do atual golpe de estado, pela direita, aumentando ainda mais o poder da extrema-direita.

Alejandro Acosta está atualmente na Rússia acompanhando os acontecimentos geopolíticos na região como jornalista independente.


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