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obamaEstados Unidos - Diário Liberdade - [Alejandro Acosta] A política da Administração Obama para o Oriente Médio aparece como o "canto do cisne", perante à direitização do regime político norte-americano. Os republicanos já controlam as duas câmaras do Congresso, com forte presença da extrema direita (Tea Party) que está agrupada no próprio Partido Republicano.


Barack Obama, presidente dos EUA. Foto: The U.S. Army (CC BY 2.0)

Good-bye Obama!

A candidatura de Hillary Clinton, de maneira quase isolada no Partido Democrata, expressa também essa virada. Os governos de Bill Clinton deram continuidade à política de Ronald Reagan. Agora a ala direita do Partido Democrata, agrupada em torno a Hillary, pretende se transformar numa espécie de transição para um governo mais duro, que os Estados Unidos teriam dificuldade de sustentar, mas que é visto como algo inevitável.

A política de Obama no Oriente Médio busca apresentar uma "saída negociada" para a crise que envolve a frente única com o Irã, a Rússia e a China. Se repete a mesma situação de 2007, quando as tropas norte-americanas, prestes a serem derrotadas no Iraque, foram "salvas" da vergonha pelos iranianos por meio de um novo governo que funcionou como um amortecedor para o avanço das milícias xiitas. Mas agora a crise é muito mais profunda.

Leia também: Obama: O "canto do cisne" no Oriente Médio? (Parte I)

O colapso capitalista de 2008 não foi contido, mas se espera, para o próximo período, um colapso de ainda muito maiores proporções. No Oriente Médio, a crise cresce em direção ao coração da região, a Arábia Saudita. A Síria avança a passos largos para converter-se numa Somália. O mesmo acontece no Iraque, sem falar do caos instalado no norte da África, em primeiro lugar, na Líbia.

O Estado Islâmico representa uma espécie de cachorro louco, impulsionado pela reação com o objetivo de aumentar o cerco contra o nacionalismo árabe na região, principalmente o Irã e aliados, e manter o clima para a continuidade dos lucrativos negócios de vendas de armas para as ultrarreacionárias monarquias do Golfo Pérsico, Israel e Egito. Nos últimos dois casos, as bilionárias "ajudas" militares dos Estados Unidos são outorgadas na forma de repasses de recursos para os monopólios do complexo militar industrial norte-americano.

A política da frente única de Obama, que inclui o Irã e aliados, além da Rússia e da China, é torpedeada pela direita que busca uma saída de força na região. Nas últimas eleições presidenciais, Mitt Romney tinha como bandeira para o Oriente Médio o aumento do apoio a Israel e a invasão do Irã, inclusive usando a bomba nuclear. É evidente que a burguesia norte-americana olhou com muita desconfiança essas propostas. Mas a política de "ver o circo pegar fogo" não é impulsionada pela "maldade" de um ou outro cachorro louco, mas pelas necessidades objetivas de manter os lucros dos monopólios a qualquer custo.

Agora que todas as políticas de contenção da crise fracassaram e que se espera uma crise de ainda maiores proporções, a burguesia busca salvar-se por meio do endurecimento do regime político. Mas até que ponto essa política conseguirá manter as massas pacificadas? Quais são as consequências de uma crise econômica e política de proporções muito maiores, envolvendo conflitos militares em larga escala? E quais são as alternativas para o imperialismo?

Alejandro Acosta está na Rússia cobrindo os acontecimentos geopolíticos da região como jornalista independente.


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