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pdItália - Diário Liberdade - [Alejandro Acosta] O que mostram os resultados das eleições regionais realizadas no domingo passado?


Partido Democrático venceu em cinco das sete regiões nas eleições do último domingo (31) na Itália. Foto: Francesco Pierantoni (CC BY 2.0)

O Partido Democrático (ex-Partido Comunista Italiano) ganhou em cinco das sete regiões em disputa: Toscana, Umbria, As Marcas, Puglia e Campania. Mas esse partido, que representa a estabilidade política italiana, que está por um fio, continua se enfraquecendo.

1- O número de votos do Partido Democrático caiu de 40,8%, nas eleições para o Parlamento Europeu, para 24%.

2- Na Liguria, o Partido Democrático perdeu para o Forza Italia, que é o partido de Berlusconi, e que agora se reduziu para quase 10% dos votos.

3- A vitória da direita na Liguria, que era um reduto do Partido Democrático desde 1994, foi facilitada pelas disputas internas no partido, que obteve esquálidos 24% dos votos.

4- O Movimento 5S (ou Cinco Estrelas), do palhaço Beppe Grillo, foi o segundo partido mais votado, com 18,4% dos votos. Em três regiões obteve mais de 25% dos votos. Isto abre uma crise sem precedentes no regime político já que se trata de um partido não confiável para a burguesia. Uma espécie de Rede Sustentabilidade, da Marina Silva no Brasil, mas ainda mais muito mais instável.

5- A Liga do Norte, de extrema direita, obteve 12,5% dos votos e venceu por ampla margem no Veneto, uma das principais regiões do país.

6- O descontentamento da população tem aumentado por causa do aprofundamento da crise capitalista e das medidas de austeridade impostas pelo governo Renzi, principalmente os ataques contra os direitos trabalhistas. Em dezembro do ano passado, aconteceu uma greve geral, convocada por três centrais sindicais (principalmente a CGIL e a UIL), que contou com considerável adesão em todas as principais cidades do país. Segundo os dados oficiais, o desemprego atinge 12,6% da força de trabalho (embora não considere a piora da qualidade das vagas = precarização), mas, entre os jovens, supera os 43%. A economia está em recessão e se encontra na linha de frente da crise na Europa.

7- O abstencionismo foi de 48%, 11% a mais que nas anteriores eleições regionais.

8- Para desviar a atenção do resultado eleitoral, Matteo Renzi realizou uma visita surpresa às tropas italianas no Afeganistão, que teve ampla cobertura na imprensa.

9- O Partido Democrático é o único partido que conseguiu dar uma certa estabilidade ao regime político italiano nos últimos três anos.

A crise começou no início da década de 1990, com a bancarrota da Democracia Cristã, que tinha sido o principal instrumento de contenção social desde o final da Segunda Guerra Mundial. A crise foi tão grande que o antigo Partido Comunista Italiano (hoje Partido Democrático) foi colocado na linha de frente do novo governo. Durante duas décadas o regime foi controlado pelo mega empresário do setor de comunicações e imprensa, Berlusconi. Com a crise da direita ligada a Berlusconi, principalmente o Forza Itália, o Partido Democrático passou a controlar o governo, há aproximadamente três anos. Mas as dificuldades para formar um governo relativamente estável somente têm aumentado. A saída de Enrico Letta, um homem de confiança da União Europeia, e a entrada do Matteo Renzi, ex-prefeito de Florenza, abriu uma crise enorme no partido.


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