1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 (7 Votos)

papaEstados Unidos - Diário Liberdade - [Alejandro Acosta] A coincidência da visita do Papa aos Estados Unidos com a visita do presidente chinês, Xi Jinping, representa uma escalada da investida da Administração Obama perante o fortalecimento da direita.


Francisco se tornou uma carta importante para o imperialismo que deverá ser usada com frequência no próximo período. Foto: Pete Souza/Casa Branca (Domínio Público)

Praticamente na mesma semana em que aconteceu a Assembleia Geral das Nações Unidas, Obama manteve três reuniões críticas e de alto nível. A terceira delas foi com o presidente russo, Vladimir Putin.

Leia também:

Quem são os espiões cibernéticos?

Por que Xi Jinping foi ao Vale do Silício?

Xi Jinping, o "reformista"?

O Papa foi um dos artífices da recente aproximação da Administração Obama com o governo cubano. Neste ano, o Papa também visitou vários países latino-americanos, alguns deles, como Equador, no meio da escalada golpista promovida pela direita. O destaque da propaganda maciça em cima do Papa, supostamente liberal e um grande democrata, demonstra que ele se tornou uma carta importante para o imperialismo que deverá ser usada com frequência no próximo período, da mesma maneira que o foi o Papa João Paulo II nas décadas de 1980 e 1990, quando cumpriu um papel de primeira ordem na queda do chamado bloco do “socialismo real” na Europa Oriental.

Leia ainda:

A CIA e a NSA desmascaradas

Quem é o espião?

Uma guerra mundial no mar do sul da China?

A tentativa de estabilizar a crise política nos quatro cantos do mundo e manter a alternativa “menos direitista”, ou “menos agressiva”, no cenário político norte-americano e mundial, é impulsionada pela ala do imperialismo ligada à Administração Obama.

Uma saída de força para a crise?

A burguesia se encontra dividida. Uma parte tenta impulsionar os setores mais direitistas e promover uma “solução final”, escalando a agressividade militar e os regimes “pinochetistas”. Mas outros setores confrontam essa política devido aos próprios resultados desastrosos e às prováveis consequências. Essa política levou ao aprofundamento da crise no Oriente Médio, no Norte da África, no Sahel (região localizada ao sul do Deserto de Saara), na Ucrânia. E ameaça incendiar a região Pacífico da Ásia e a América Latina.

Um conflito aberto com a China, a Rússia ou até a retomada dos movimentos revolucionários na América Latina têm o potencial de incendiar o mundo. Nas próprias palavras do Papa, que com certeza são as mesmas de Obama, que o acordo entre os Estados Unidos e Cuba seja um exemplo para o mundo, “um mundo que precisa de reconciliação perante esta Terceira Guerra Mundial”.

Leia mais:

Nova política imperialista contra a China?

A "Pax Americana" desmascarada

O Consenso de Washington e os monopólios

Mundo "unilateral" ou "multilateral"?

A Administração Obama busca estabelecer uma frente única para estabilizar o Oriente Médio, em primeiro lugar, mas também a Ucrânia e a Ásia Pacífico. Mas o aprofundamento da crise pressiona o acirramento das contradições tanto internamente quanto em escala mundial.

A pressão contra a Rússia foi reduzida na Ucrânia, mas o aperto da OTAN, em geral, não somente não foi reduzido, mas recentemente escalou. O mesmo pode ser dito em relação à pressão militar exercida contra a China no mar do Sul da China, o Oceano Índico, o Pacífico Ocidental, além da pressão econômica por meio da TPP, a chamada Parceria Trans Pacífica, e a ameaça recorrente do estabelecimento de sanções.

A política de frente única do imperialismo mundial, estabelecida após a Segunda Guerra Mundial, é liderada pelo imperialismo norte-americano. Mas essa frente única começou a apresentar rachaduras. A Alemanha e a França buscam eliminar as sanções contra a Rússia e aderir ao Novo Caminho da Seda chinês. A Grã Bretanha, o aliado europeu mais próximo dos Estados Unidos, aderiu ao Novo Banco de Infraestrutura chinês, que foi estruturado por fora dos controles dos Estados Unidos e concorre, em certa medida, com o Banco Mundial, este sim controlado pelos norte-americanos.

Os chamados “neocons”, ou neoconservadores, representados pela ala direita da burguesia norte-americana, exercem muita influência sobre todos os poderes e órgãos do estado. Hoje, já controlam as duas câmaras do Congresso. E essa ala mantém estreita aliança com a reação mundial. No Oriente Médio, por exemplo, a Arábia Saudita e os sionistas israelenses dependem dessa aliança devido às contradições com as demais potências regionais, principalmente o Irã e a Turquia.

Os conhecidos e repetidos mantras para justificar a agressividade do imperialismo continuam os mesmos. “Guerra contra o terror”, o “perigo da Rússia”, o “expansionismo chinês” etc. A agressividade do imperialismo tende a se acentuar por causa do aprofundamento da crise capitalista. O próximo período deverá ser uma etapa histórica marcada por profundas crises econômicas e políticas. Mas a crise é o combustível que colocará novamente em movimento as massas.

Alejandro Acosta é cientista social, colaborador do Diário Liberdade e escreve para seu blog pessoal.


Diário Liberdade é um projeto sem fins lucrativos, mas cuja atividade gera uns gastos fixos importantes em hosting, domínios, manutençom e programaçom. Com a tua ajuda, poderemos manter o projeto livre e fazê-lo crescer em conteúdos e funcionalidades.

Microdoaçom de 3 euro:

Doaçom de valor livre:

Última hora

Quem somos | Info legal | Publicidade | Copyleft © 2010 Diário Liberdade.

Contacto: info [arroba] diarioliberdade.org | Telf: (+34) 717714759

Desenhado por Eledian Technology

Aviso

Bem-vind@ ao Diário Liberdade!

Para poder votar os comentários, é necessário ter registro próprio no Diário Liberdade ou logar-se.

Clique em uma das opções abaixo.