Cegueira colectiva
O nosso país, Galiza, e o conjunto do Estado Espanhol está numha encruzilhada: ou se deixa arrastar pola senda da austeridade sem concessons, como exigiam a Troika e os especuladores financeiros internacionais, o que agravaria a crise económica e social, ou se empreendia o caminho de recuperar a soberania económica e monetária para construir um futuro que corrigisse e evitasse o desastre em que está sumida a sociedade espanhola. Um caminho nom isento de complexidade.
As condiçons políticas do país reforçam essa proposta nuns momentos nos que as mobilizaçons populares contra tantas infâmias e as expectativas eleitorais pom à ordem do dia a imperioso necessidade de resolver os problemas económicos dos cidadaos, muitos deles, milhons, atrapados na miséria, e outros muitos esmagados e afundados pola contumácia e dureza da política de terrorismo financeiro adubada com a teologia económica do neo-liberalismo.
O partido dinástico, PPSOE, ambas as duas faces elegêrom a aposta cega polo euro, a sua obediência submissa à Troika, incluída a reforma em 2011 do artigo 135 da Constituiçom "sugerida" polo BCE, que bem podemos definir como um autentico Golpe de Estado. O rosto post-moderno do partido único (PSOE) joga de novo à política trapaceira do embaimento, ensaia primeiros passos de oposiçom, mas acompanha sem fissuras ao PP e partilha os seus objectivos essenciais. Com o PSOE nom se pode contar para algo que signifique ceivar-se da soga da moeda única.
No estado de quebra financeira tanto de Galiza como o resto do Estado espanhol, no marco da uniom monetária, nom cabe no fundamental outra política que nom seja a que impulsiona a Troika, cujas conseqüências estám devidamente contrastadas. O euro é a ferramenta financeira de submetimento do povo galego e as suas classes trabalhadoras. Só saindo do euro é possível mudar estas políticas genocidas.
É esta verdade a que corresponde transmitir à populaçom e confrontá-la com a encruzilhada crua na que segue instalada a sociedade galega junto com a espanhola. tam irrecuperável é o terreno perdido nestes anos que mesmo se milagrosamente desaparecesse a dívida que devora ao país nom seria possível remontar a situaçom e criar umha economia suficientemente forte e competitiva para sobreviver na zona do euro. O leve crescimento do PIB nos últimos trimestres já vem traduzindo num empioramento significativo do deficit da balança por conta corrente.
Soberania e democracia
Sair do euro, sair do IV Reich, é imprescindível se pretende constituir umha sociedade onde ninguém estea obrigado a perecer na miséria. A única saída válida é a recuperaçom da soberania económica para poder sair do terrorismo financeiro a que nos submetem os Bancos e os especuladores financeiros.
Necessitamos umha moeda própria para melhor competir e um Banco Central próprio para melhor manejar a política fiscal. Qualquer tentativa de mudar este estado de barbárie requer esquecer-se transitoriamente dos problemas do deficit público, até reactivar com a demanda os recursos produtivos, gerar rendas e impulsionar a arrecadaçom impositiva, combatendo a fraude fiscal e a corrupçom. É preciso cambiar o Direito Penal, para que contemple a nom prescriçom dos delitos de corrupçom, contemplando a devoluçom do saqueado incrementado com umha multa confiscatoria.
Mais neo-liberalismo representa agravar a catástrofe social do país. Convém lembrar que se segue negociando o acordo conhecido como o TTIP entre a UE e os Estados Unidos com toda a impunidade e segredo.
Um tratado que destrói a capacidade de regulaçom dos Estados em aspectos essenciais das condiçons de vida de toda a populaçom " laborais, sanitárias, ecológicas, culturais " e reduz a soberania destes a o ponto de equiparar com as multinacionais no que di respeito a poder de negociaçom.
A saída do euro evitaria ter que partilhar esse acordo que de jeito traiçoeiro, com a cumplicidade do PSOE e mais o PP, está a se gestar às costas dos povos e das classes populares.
Ao tandem PPSOE, sicários dos poderes económicos, nom lhe treme o pulso para prosseguir com os seus objectivos de implantar um mundo sem direitos e umha democracia fictícia que nos aboca à barbárie.
A defesa e construçom da democracia política é inseparável da soberania popular sobre a economia. O necessário Processo Constituinte que garanta os direitos políticos e sociais da cidadania, só poderá culminar com êxito se a recuperaçom dos instrumentos económicos que fam efectiva dita soberania ficam nas maos do povo galego e demais povos do Estado.
Sendo tantos os valores em jogo e tam diferentes as concepçons do que é umha sociedade civilizada, todas as forças que consideram inevitável abrir um Processo Constituínte, e todas as vítimas da desordem actual devem unir-se e exigir umha confluência para oferecer umha saída à desolaçom existente e à falta de esperança na que nos instalou o capitalismo nesta fase destrutiva da sua história.
As reivindicaçons, as propostas, os objectivos estám na mente de todas as consciências e, sem descanso, há que seguir sustendo-as e lutando por elas. Só assim avançaremos colectivamente e faremos ver às direcçons políticas de todos os partidos, sindicatos, movimentos etc. que a recuperaçom da soberania popular é necessária e irremediável.
O nosso objectivo final é liberar ao povo galego e as suas classes trabalhadoras do jugo imposto polas oligarquias dominantes na UE e poder assim, fora da armadilha do euro, construir umha alternativa económica, social e política que nos afaste da barbárie.
Ante o insucesso e os desastres causados polo actual projecto neo-liberal europeu, os povos e as suas classes trabalhadoras subjugadas da UE devem empreender outras soluçons baseadas na recuperaçom da soberania popular, a solidariedade, a cooperaçom e a fraternidade.