1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 (6 Votos)

cracóviaPolónia - Diário Liberdade - [Alejandro Acosta] A Polônia tem sido apresentada como o grande fator de sucesso "contra o comunismo e a ditadura da União Soviética" pela propaganda da burguesia. De um país semifalido na década de 1980, se tornou a principal potência da Europa Oriental e, de fato, o principal fornecedor de componentes e insumos para a máquina industrial alemã.


Poloneses em praça na cidade de Cracóvia. Foto: Alejandro Acosta

No final da década passada, migraram para a Polônia, assim como aconteceu em relação aos demais países atrasados, enormes volumes de capitais especulativos que foram aplicados no setor imobiliário. As principais cidades polonesas, a começar por Varsóvia e Cracóvia, são cidades modernas, com boa infraestrutura no geral, que têm se desenvolvido nos últimos anos, conforme chegaram os grandes call centers e centros de terceirização.

A população polonesa pouco lembra os milhões de operários que saíram as ruas de todo o país na década de 1980 e colocaram abaixo a burocracia que estava no poder e aceleraram a crise da União Soviética. As massas foram pacificadas após a queda do regime por meio da integração na União Europeia e os direitos democráticos outorgados após as greves maciças promovidas pelo sindicato Solidariedade. Mas, conforme os mecanismos de contenção da crise foram se enfraquecendo, novos protestos estouraram, a partir de 2013.

Leia também:

Polônia: a chave do "milagre" alemão (Parte I)

Polônia: a chave do "milagre" alemão (Parte II)

Polônia: a chave do "milagre" alemão (Parte III)

Polônia: a chave do "milagre" alemão (Parte IV)

O descontentamento social tem sido contido, a partir de 2012, na Europa, por meio da manutenção da estabilidade das empresas na base de gigantescos repasses de recursos públicos promovidos pelo Banco Central Europeu, que é controlado pelo Bundesbank, o banco central alemão.

Direitos sociais de primeiro mundo?

Os direitos democráticos que as massas impuseram a partir dos anos de 1980 representaram ganhos importantes, ao mesmo tempo que a burguesia desmontava os programas sociais, a educação e saúde públicas, o pleno emprego etc. Até hoje, por exemplo, é difícil ver policiais nas ruas. Há uma certa aparência de democracia, em questões secundárias. As principais cidades são muito arborizadas.

Leia ainda:

Polônia: a chave do "milagre" alemão (Parte V)

Polônia: a chave do "milagre" alemão (Parte VI)

Polônia: a chave do "milagre" alemão (Parte VII)

Polônia: a chave do "milagre" alemão (Parte VIII)

Não existe censura formal. As mulheres gozam de igualdade, pelo menos, em termos formais. A prostituição é legalizada, apesar da onipresença da ultrarreacionária Igreja Católica. Os poloneses podem viajar e trabalhar na União Europeia. Há grandes shopping centers com mercadorias de grife etc. Essas liberdades têm sido mantidas pelos sucessivos governos de direita que têm se alternado no poder desde 1989. Mas conforme a crise capitalista avança, a tendência tem sido o aumento dos ataques contra todos os direitos democráticos.

O recentemente eleito presidente da Polônia, Andrzej Duda, que mantém fortes vínculos com a Igreja Católica polonesa, entre outras pérolas, se opôs à assinatura da convenção do Conselho Europeu sobre a prevenção da violência doméstica contra a mulher, que o vinculou, em grande medida, à influência da religião. Duda também propôs a prisão para os médicos envolvidos na reprodução artificial, in vitro.

A extrema-direita avança em toda a Europa promovida pelos grandes monopólios que fortalecem essa carta com o objetivo de usá-la como último recurso para salvar os lucros a qualquer custo.

Alejandro Acosta está atualmente no Leste Europeu acompanhando os acontecimentos geopolíticos na região como jornalista independente.


Diário Liberdade é um projeto sem fins lucrativos, mas cuja atividade gera uns gastos fixos importantes em hosting, domínios, manutençom e programaçom. Com a tua ajuda, poderemos manter o projeto livre e fazê-lo crescer em conteúdos e funcionalidades.

Microdoaçom de 3 euro:

Doaçom de valor livre:

Última hora

Quem somos | Info legal | Publicidade | Copyleft © 2010 Diário Liberdade.

Contacto: info [arroba] diarioliberdade.org | Telf: (+34) 717714759

Desenhado por Eledian Technology

Aviso

Bem-vind@ ao Diário Liberdade!

Para poder votar os comentários, é necessário ter registro próprio no Diário Liberdade ou logar-se.

Clique em uma das opções abaixo.