Nesta quarta-feira, 18 de março, o Banco Central Europeu (BCE) inaugurou sua nova sede em Frankfurt, em um suntuoso prédio que custou mais de €1 bilhão (R$3,45 bilhões). Do lado de fora, um protesto contra o BCE e suas políticas de austeridade juntou cerca de 10 mil pessoas.
Participaram do "Blockupy" movimentos sociais e sindicatos, além do partido Die Linke (A Esquerda). O BCE é um dos membros da chamada troika (Comissão Europeia, Fundo Monetário Internacional e BCE), que impõe medidas de "austeridade" aos membros da União Europeia (UE), como a Grécia.
A "austeridade" fiscal consiste em atacar direitos trabalhistas, arrochar salários e congelar pensões, além de cortar gastos públicos em serviços usados pela população. A troika impõe aos governos a implantação dessas políticas neoliberais, com base nas dívidas desses países com a troika.
Enquanto o presidente do BCE, Mario Draghi, agradecia aos participantes da festa por terem comparecido "apesar das dificuldades lá fora", os manifestantes eram reprimidos pela polícia. Os policiais usaram gás de pimenta e canhões de água para dispersar o protesto, que tentava bloquear as vias de acesso à bilionária sede do BCE. Sete carros da polícia foram queimados, e pelo menos 350 pessoas foram detidas.
Para a agência de notícia Reuters, um dos organizadores do protesto, Ulrich Wilken, declarou: "Nosso protesto é contra o BCE, como um membro da troika, que, apesar do fato de não ter sido eleita democraticamente, tenta acabar com o trabalho do governo da Grécia. Nós queremos que a austeridade acabe".
As políticas de "austeridade" são uma forma de fazer os trabalhadores pagarem pela crise dos capitalistas. Diante da resistência popular a essas medidas e da tendência da crise de se aprofundar, a burguesia europeia já começa a impulsionar a extrema-direita, para impor a "austeridade" à força.