Desde o começo da manhã desta sexta-feira (12/12), pelo menos 54 cidades italianas participam da greve geral de dois dias contra a reforma trabalhista impulsionada pelo primeiro-ministro italiano, Mateo Renzi, conhecida no país como "jobs act". A convocação foi feita por organizações sindicais a todos os trabalhadores do setor público e privado do país.
A paralisação, a primeira contra o governo de Renzi, afetou a administração, serviços de saúde, escolas e o transporte público, que funcionou apenas parcialmente nesta sexta. As três linhas do metrô de Roma foram fechadas e, em outras grandes cidades, os meios de transporte não operaram ou o fizeram de maneira restrita.
O presidente da República, Giorgio Napolitano, declarou em Turim que a greve geral "é sinal de uma grande tensão entre os sindicatos e o governo".
Reforma trabalhista
Os trabalhadores são contra a reforma trabalhista adotada no país na última semana. De acordo com Renzi, o objetivo é estimular a contratação, mas os trabalhadores consideram que a medida facilita demissões e reduz direitos e proteção dos salários nos primeiros anos de contrato.
Em Turim, a manifestação contou com a participação da líder do sindicato CGIL, o maior do país, Susanna Camusso. Ela pediu ao governo medidas para estimular o emprego diante de uma situação de "emergência".
"A emergência deste país se chama trabalho. É preciso fazer políticas para que exista trabalho, mas não pode ser um trabalho qualquer, sem direitos nem profissionalismo", disse Camusso.
As críticas são, sobretudo, à modificação no artigo 18 do Estatuto dos Trabalhadores, que protege profissionais de empesas com mais de 15 empregados contra demissões improcedentes. Além disso, a medida não contempla ações para revitalizar o trabalho e a economia, afirmam.