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150210_monojojoy.jpg Librered - Asseguram que depois de 40 anos de luta, as FARC não vão desistir nem aceitar uma falsa paz. ??


O chefe das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), Jorge Suárez Briceño, alias “Mono Jojoy” recusou o “convite” a render-se que lhe tinha feito duas semanas atrás o comandante das Forças Armadas, Freddy Padilla de León, e recordou-lhe que o grupo guerrilheiro continuará lutando para “derrocar este regime podre das oligarquias”. ?? 

Em carta aberta divulgada neste sábado, o insurgente respondeu ante a exigência do ministro: “Não, muito obrigado”. ??“Que pouco nos conhece você senhor Padilla de León: com toda a sinceridade, sem ódios nem ressentimentos e com o respeito que todo revolucionário professa por seus adversários, respondo: Não, muito obrigado, general”, se extrai da missiva. ??

“Mono Jojoy” afirma que as FARC não têm alma de traidores, “senão de patriotas e de revolucionários”. ??“Temos lutado e continuaremos fazendo-o, com valor, entrega e sacrifício por derrocar este regime podre das oligarquias e construir outra ordem social, ou por atingir acordos que ajudem a construir uma pátria em onde caibamos todos”, diz a carta. ?

?Assegura que depois de 40 anos de luta as FARC não vão desistir, nem a aceitar uma falsa paz, e recorda que Colômbia precisa encontrar os caminhos que conduzam a pôr fim a esta guerra entre irmãos, mas uma “minoria oligárquica continua acaparando todas as riquezas, a tempo que as grandes maiorias nacionais ficam submergidas pelo peso da pobreza”. ??

Durante uma cerimónia na base militar de Apiay, em Villavicencio, Meta, Freddy Padilla de León, convidou ao cabeça a desmobilizar-se e a que entenda que as Farc não têm “presente nem futuro”. ??“Que ponha em liberdade a estes jovens que se encontram obrigados a pertencer a esta organização”, apontou Padilla.

??A seguir a carta aberta escrita por Jorge Suárez Briceño a Freddy Padilla de León. ??

Carta aberta ??Senhor: ??Freddy Padilla de León. ??

Compatriota: ?Escutei atenciosamente sua locução radial do dia 21 de janeiro 2010 que me pareceu inspirada mais com fins de propaganda, de perdoa vidas e de guerra psicológica, que em sincero ânimo reconciliatório e de grandeza, convidando à entrega e à rendição. ??

Não é pioneiro você neste tipo de convites”. Nosso insigne Comandante Manuel Marulanda Vélez, costumava relatar-nos como nos começos desta luta pela libertação de nosso povo, o general Álvaro Valencia Tovar também acostumava dirigir mensagens desse mesmo tenor ao Comandante Ciro Trujillo, inclusive lhe oferecendo dinheiro a modo de suborno, a tempo que se concentravam as tropas, se estreitava o anel e se afinavam os mecanismos para dar começo à agressão contra a população civil das regiões de Marquetalia e Riochiquito, dentro do desenho do Plano LASO e no médio de uma situação política em que as Forças Militares iniciavam sua carreira como instrumento classista de repressão ao serviço dos latifundistas para despojar da terra aos camponeses. ??Que pouco nos conhece você senhor Padilla de León: com toda a sinceridade, sem ódios nem ressentimentos e com o respeito que todo revolucionário professa por seus adversários, lhe respondo: Não, muito obrigado, geral. ??

Nas FARC não temos alma de traidores, senão de patriotas e de revolucionários. ??Temos lutado e continuaremos fazendo-o, com valor, entrega e sacrifício por derrocar este regime podre das oligarquias e construir outra ordem social, ou por atingir acordos que ajudem a construir uma pátria em onde caibamos todos. ??

Jamais temos proclamado o princípio da guerra pela guerra, nem assumido esta luta como algo pessoal, já que nossos objectivos são os de conseguir mudanças profundos na estrutura social da Colômbia, que por fim tenham em conta os interesses das maiorias nacionais e dos sectores populares e que conduzam ao desmonte do actual regime político criminoso, oligárquico, corrupto, excludente e injusto, como está consignado em nossa Plataforma Bolivariana pela Nova Colômbia. ??Com a honestidade que corresponde a nosso compromisso com a mudança social e a lealdade que lhe devemos a nosso povo, lhe asseguramos, que não vamos desistir após mais de 40 anos de luta, nem a aceitar uma falsa paz. Não trairemos os sonhos de justiça da Colômbia que clama pela paz com justiça social, nem a memória dos milhares de mortos, nem às vítimas das inumeráveis tragédias que tem ocasionado esta cruenta guerra, declarada pela oligarquia ao povo desde faz mais de 50 anos. ??Colômbia precisa encontrar os caminhos que conduzam a pôr fim a esta guerra entre irmãos, caminhos de reconciliação que nos levem a Acordos de Paz. Mas não será através de uma paz falsa onde uma minoria oligárquica continua acaparando todas as riquezas, a tempo que as grandes maiorias nacionais ficam submergidas pelo peso da pobreza, o terror militarista, a miséria e a degradação moral de uma classe dirigente corrupta até os tutanos, o caminho mais seguro para atingir a reconstrução da pátria e a reconciliação dos colombianos. ??

Uma paz entendida como rendição ou entrega é uma fantasia da oligarquia e só seria um crime de lesa traição ao povo e a seus históricos anseios por atingir, ao fim, a justiça social para todos. ??Acordos de paz sim, mas, o ponto cardinal é: com ou sem mudanças estruturais no político e social? ??Mais Democracia ou mais autoritarismo e mais repressão e ageonlhamento ao império? ??

Convidamo-lo a reflectir sobre estas serenas palavras plenas de sensatez e actualidade, contidas na mensagem que dirigiu o comandante Manuel Marulanda Vélez aos membros das Forças Militares: ??“O futuro da Colômbia não pode ser o de guerra indefinida, nem o de espoliação das riquezas da pátria, nem pode continuar a vergonhosa entrega de nossa soberania à voracidade das políticas imperiais do governo dos Estados Unidos; nós estamos em mora de nos sentar a conversar em sério para dirimir nossas diferenças, mediante o intercâmbio civilizado de opiniões para a solução definitiva das causas políticas, económicas e sociais geradoras do conflito interno, para bem das futuras gerações de compatriotas”. ??

Hoje, queremos compartilhar este pensamento com você e também, como sempre, com os sargentos, os cabos, os tenentes, capitães e coronéis, e com todos os homens de experiência que põem o peito nos combates, mas que apesar disso, lhes está vedado ascender à oficialidade pela sua origem social, sua cor de pele ou sua raça. ??Recordo-lhe geral, que o passo pela milícia em defesa de interesses estrangeiros ou oligárquicos que fazem alguns de vocês, assim seja prolongado no tempo, é efémero, e que cedo será você chamado qualificar serviços, e de seguro o povo ou a justiça internacional, ir-lhe-á reclamar sua responsabilidade como comandante das Forças Militares nos crimes de lesa humanidade contra nosso povo, hipocritamente chamados “falsos positivos” ou, em seu papel como chefe em um tempo da nefasta XX Brigada de inteligência e contra inteligência” (B I N C I), de tão ingrata recordação para os colombianos, bem como o florescimento e extensão do para-militarismo depois de seu passo pela comandáncia da Segunda Divisão do exército, ao lado do hoje presidiário general Iván Ramírez. ??

Temos feito reiterados apelos a todos os patriotas e democratas da Colômbia, a trocar sobre estes temas para impedir o estabelecimento perpétuo em nossa pátria de uma ditadura ou um governo totalitário e despótico. ??Hoje as FARC queremos convidar a todos os militares e integrantes da Força Pública a retomar o caminho de defesa da soberania pátria, a trabalhar pela formação de um exército bolivariano patriótico, que não volte as armas contra suas concidadãos, integrado às lutas populares, e que trabalhe em benefício de atingir a paz, ao mesmo tempo que pelo intercâmbio humanitário e para a continuar a obra que deixou sem culminar o Libertador Simón Bolívar, para que Colômbia não volte a sofrer jamais a afrenta de ver aos soldados que você comanda, submetidos e despojados de suas armas, para ser revisadas pelos representantes do exército da potência estrangeira que nos avassala, como ocorreu em passada visita do presidente Bush. ??

Compatriota, ?Jorge Suárez Briceño. ?Integrante do Secretariado do Estado Maior Central das FARC EP. ??

Montanhas da Colômbia, janeiro de 2010

 


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