António Cambulo disse que o consumo de água não tratada proveniente dos rios da localidade está na base do elevado índice de novos casos de cólera.
As autoridades sanitárias e administrativas, afirmou, estão a promover acções de sensibilização com o objectivo de alertar as pessoas para a importância de se ferver a água e adicionar-lhe lixívia e realizar campanhas de limpeza nos bairros e nas aldeias.
O nível de pobreza e de analfabetismo na comuna, referiu, contribui, de forma significativa, para as mensagens transmitidas não produzirem os resultados desejáveis.
António Cambolo lamentou que os meios de tratamento e de prevenção da cólera sejam insuficientes na região, tal como o número de quadros para fazer face aos casos da doença.
Para dar resposta a situação, disse António Cambulo, a comuna necessita de quatro enfermeiros e de abastecimento regular de medicamentos essenciais, de forma a aumentar a capacidade de intervenção do único posto de saúde.
Além da cólera, declarou, foram registados, no mesmo período, 105 casos de malária e 16 de sarampo, cujos pacientes se encontram em tratamento ambulatório devido a incapacidade de internamento da unidade sanitária.
Doenças respiratórias agudas, infecções urinárias e conjuntivite são outras enfermidades que preocupam os responsáveis da localidade, que consideram as aldeias de Quinzenga e Cauvuba como as mais afectadas.
Nas referidas aldeias, a maior parte da população consome água retirada directamente de rios, lagoas e cacimbas.
António Cambolo defendeu a criação, pela direcção provincial da Saúde, de grupos de activistas comunitários nas aldeias e bairros para apoiarem a população nos cuidados primários de saúde que evitem o aumento de casos de cólera e de outras doenças.