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051012 bandas-lusofoniaChina - Ponto Final - Já é conhecido o cartaz musical do 15º Festival da Lusofonia, a decorrer entre os dias 19 e 21 deste mês. Portugal é representado pela banda Orelha Negra, que integra alguns nomes conhecidos da música portuguesa.


O rapper Sam The Kid é o nome mais sonante, e faz-se acompanhar do DJ Cruzfader, Fred Ferreira (dos Buraka Som Sistema), Francisco Rebelo e João Gomes (ambos da banda Cool Hipnoise). Depois de uma tournée que os músicos acompanharam o rapper, surgiu a ideia de formar a Orelha Negra. O primeiro disco sai em 2010, com um nome homónimo, pautado por sons de funk, soul, rock e electrónico, sempre com hip-hop como base e mantendo uma forte identidade portuguesa. A banda portuguesa actua primeiro no dia 16, no Leal Senado e, mais tarde, no dia 20, já no Carmo.

Os concertos vão ter estreia no Leal Senado, entre os dias 13 a 16, repetindo-se depois na zona do Carmo, na Taipa, onde decorre o Festival, entre 19 e 21.

No primeiro dia de concertos na Taipa, dia 19, vão actuar os Girassol, de Moçambique, os Super Mama Djombo, da Guiné-Bissau, e o colectivo Xinha & Pêpê Lima, de São Tomé e Príncipe. No dia 20, além dos portugueses Orelha Negra, sobem ao palco os brasileiros Banda Zoá com Julinho Martins & Valeria Eva e o cabo-verdiano Princezito. O último dia, 21, é para a Banda Voga, de Angola, para os 5 do Oriente, de Timor-Leste, para Forfront & Dr. Martin, de Goa, Damão e Dui.

As actuações lusófonas são complementadas por actuações de música e dança chinesas.

Duas mulheres a olhar em volta

A portuguesa Joana Lucas e a brasileira Estela Sokol são as convidadas para expor no Festival da Lusofonia deste ano. São trabalhos de duas artistas a questionarem aquilo que as rodeia.

Hélder Beja e Inês Santinhos Gonçalves

Portugal e Brasil são os dois países convidados para expor na próxima edição da Semana Cultural da China e dos Países de Língua Portuguesa (integrada no Festival da Lusofonia), a decorrer entre os dias 12 e 18 deste mês. As artistas Joana Lucas e Estela Sokol, ambas representadas pela galeria Arte Periférica vão mostrar os seus trabalhos na galeria da Fundação Rui Cunha (que colabora na organização das mostras) e numa das Casas-Museu da Taipa, respectivamente.

“AO VIVO – Memória de um processo” é o nome da exposição da portuguesa Joana Lucas, com inauguração agendada para o dia 16 de Outubro, às 18h30. “São imagens de vida quotidiana, de quotidiano, e de vida. Pretendem ser reflexos da realidade, muito próximos do que vemos, mas não exactamente”, diz Joana Lucas no texto que apresenta a mostra.

A artista portuguesa exibe “momentos de realidade forçada, encenações de um quotidiano atacado por uma singularidade subtil”, através de pinturas inspiradas em “fragmentos fotográficos” que são “transportados para o universo da imagem pintada com o propósito de alargar a duração da leitura. O espectador necessita mais tempo para reconhecer o código, o que convida a uma relação íntima e ao deleite da imagem”, explica a artista.

Esta é uma exposição que reúne um conjunto de obras seleccionadas dos últimos dois anos. “Imagens que albergam elementos de um quotidiano contaminado pela minha cultura de origem e pelo país onde vivo actualmente, mais exactamente uma mistura entre Lisboa e Berlim. As pinturas são construídas sob códigos facilmente reconhecíveis dentro do âmbito português e europeu”, acrescenta.

Joana Lucas mostra-se curiosa por perceber “que efeitos terá o transporte intercontinental destas imagens”, agora a caminho de Macau. “Interessa-me a possibilidade de multiplicação de sentidos e de aumento da amplitude de leituras que a sua apresentação a uma cultura essencialmente diferente pode provocar. Ou até que ponto a simplicidade de um quotidiano que tende a universalizar-se é um campo de comunicação por excelência, e permite o entendimento sensível, uma descoberta pelos sentidos.”

Estela Sokol leva, no dia 17 de Outubro, a uma das Casas-Museu da Taipa, “Se o deserto fosse laranja a coisa seria cor-de-rosa”, uma exposição com trabalhos de 2010 a 2012, muitos deles inéditos. São dez esculturas em mármore e acrílico, algumas pintadas, duas fotografias da série “Secret Forest” e cerca de 15 pinturas da série “A cor é que se faz cor na asa da borboleta”.

O trabalho de Sokol sempre foi marcado por referências à paisagem, conta-nos a curadora da exposição, Fernanda Lopes. No entanto, esta mostra marca uma mudança: agora, as paisagens estão mais longe de serem uma representação da paisagem real.

As séries fotográficas “Polarlicht” e “Secret Forest”, realizadas em 2011, quando a artista esteve na Áustria e na Patagónia, são “reveladoras dessa mudança”. “A superfície de gelo e neve, os tons soturnos das florestas e bosques, as diferentes luminosidades dos dias, são tratados aqui como elementos escultóricos e geram um debate com as bolas de látex, com as placas de acrílico enterradas ou apoiadas nas superfícies nevadas, projectando cor e luz sobre a superfície alva”, descreve a curadora.

O mesmo processo de construção dá lugar às pinturas, de pequeno formato – medem aproximadamente 16×22 cm. Tanto nas pinturas como nas fotografias e nas esculturas, o que interessa a Estela Sokol, diz Fernanda Lopes, não é a cor pura, mas sim “a cor e as suas possibilidades, a partir das relações que vão estabelecendo”. É aqui que a artista entra “em diálogo com a tradição da pintura brasileira e pintores como Paulo Pasta, Sérgio Sister e Eduardo Sued”. São nesses encontros de planos de cores “que as paisagens se insinuam”, remata a curadora.

Foto: Ponto Final

 


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