O indicador de confiança do consumidor, publicado pelo INE, revela que 56% dos inquiridos consideram que as famílias vivem no limite dos seus rendimentos, 3% recorre às poupanças e apenas 1% consegue juntar algumas economias. 1% da amostra admite estar a contrair dívidas.
O inquérito mostra ainda que, globalmente, a situação dos lares familiares regrediu no segundo trimestre, face ao trimestre homólogo de 2010.
Na base desta evolução negativa está o aumento significativo dos preços de bens e serviços em relação ao segundo trimestre do ano passado.
O desemprego aumentou, comparativamente ao período homólogo e tudo aponta para que continue a aumentar nos próximos 12 meses.
A situação de aumento dos preços de bens e serviços e do desemprego deverá manter-se nos próximos dois meses, de acordo com as famílias entrevistadas.
Apesar deste pessimismo por parte das famílias, os dados do INE revelam que o indicador de confiança evoluiu favoravelmente face ao trimestre anterior, atingindo o valor mais alto dos últimos quatro trimestres consecutivos. Por outro lado, quando comparado com o período homólogo de 2010, observa-se que o mesmo se manteve estagnado.
Os resultados demonstram ainda que os transportes e serviços e a indústria transformadora são os sectores que, neste momento, merecem melhor nível de confiança e onde o clima económico é melhor. No extremo negativo, estão o turismo e a construção.
O inquérito de conjuntura no consumidor do INE visa medir o contexto económico, identificar e avaliar as condições financeiras das famílias cabo-verdianas.
A representação foi feita por 1400 indivíduos, com idade igual ou superior a 18 anos, e o inquérito foi realizado nos concelhos da Praia, Santa Catarina, São Vicente e Sal.