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220910_seitasAngola - Jornal de Angola - A directora clínica do Hospital Esperança, Ana Lídia, denunciou ontem, em Luanda, que algumas igrejas e seitas religiosas da capital estão a incentivar pacientes infectados pelo vírus da sida, assistidos pela unidade sanitária, a abandonarem o tratamento anti-retroviral com a promessa de curas milagrosas.
Sem mencionar nomes das igrejas e seitas em causa, a médica Ana Lídia considerou "perigoso" o procedimento dessas instituições religiosas, uma vez que usam todo o tipo de propaganda para convencer pessoas infectadas pelo VIH e assistidas pela única unidade sanitária de referência no país para o atendimento de seropositivos a desistirem do tratamento.


"Há muitas pessoas que abandonam o tratamento e outras que não fazem a medicação como deve ser por causa da resistência das igrejas, o que é uma atitude que deve ser combatida pela sociedade", sublinhou a directora clínica quando recebia sete caixas de medicamentos doados pela Administração Municipal do Rangel. A médica Ana Lídia disse, por outro lado, que os recursos humanos ainda são insuficientes para atender o grande número de pessoas que procuram os serviços do Hospital Esperança, inaugurado há seis anos para dar uma assistência mais humanizada aos portadores do vírus da sida em Angola que notificou o primeiro caso em 1985. A alta funcionária do hospital público explicou que a descentralização dos serviços de apoio à população seropositiva em Angola tem estado a contribuir, nos últimos anos, para o desafogo do Hospital Esperança, já que técnicos de outros hospitais estão à altura de atender doentes infectados pelo vírus da doença, descoberta em 1980 e ainda sem cura.
"Hoje, o quadro mudou, por haver unidades capazes de atender pacientes com VIH em todas as províncias", assegurou a médica, acrescentando que a nível de Luanda há a extensão dos serviços por toda a capital do país.
A directora clínica do Hospital Esperança, que não revelou a cifra de pessoas assistidas, frisou que "o número de jovens seropositivos é preocupante".

Estigma e discriminação

Uma das grandes preocupações da instituição, segundo a médica, tem a ver com o combate ao estigma e à discriminação no seio das famílias de seropositivos, porque "muitos pacientes também abandonam o tratamento por não serem aceites em casa ou por vergonha de dizer o seu estado serológico aos familiares".
"Temos tentado salvar a situação com a realização de palestras de incentivo ao uso constante da medicação. Esta responsabilidade está a cargo de um grupo composto por psicólogos, enfermeiros e médicos, que aconselham as pessoas a retomarem o tratamento", explicou a directora clínica do Hospital Esperança, que tem um corpo clínico composto por oito médicos, cada um dos quais atende por dia cerca de 20 pacientes. Na fase da triagem, são testadas 40 pessoas por dia e feitas pelo laboratório mais de 80 colheitas diárias. O gesto da administração do Rangel está inserido no programa comemorativo do dia do município, que amanhã se assinala. O donativo, composto por mais de 500 unidades de medicamentos, foi entregue pela administradora municipal adjunta do Rangel, Ana Maria da Silva.


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