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191010_WindhoekAngola - Jornal de Angola - Os números podem ser falíveis, mas dados oficiais indicam que cerca de quatro mil angolanos estudam, nos diversos graus de ensino, em Windhoek. Uns vivem em casa de familiares, outros em moradias arrendadas, havendo ainda um pequeno grupo com bolsas de estudo.


Os jornalistas angolanos presentes na capital namibiana visitaram três escolas, sendo uma do ensino primário, um instituto e uma universidade, para sentir o pulsar da vida académica dos nossos estudantes. Dos dados obtidos nos três estabelecimentos de ensino, um aspecto comum sobressai: o estudante angolano tem uma grande capacidade de assimilação, mas é muito faltoso.
Responsáveis de instituições académicas com os quais conversámos afirmam que os angolanos se preocupam mais com os estudos em época de provas escolares do que no período normal de aulas. A "The International University" é uma universidade privada de prestígio, onde a maioria dos estudantes estrangeiros são angolanos. A vice-reitora, Virgínia Namuwandi, uma senhora com longos anos de vida académica, afirma que, apesar das ausências, "os estudantes angolanos têm muito sucesso" e sublinha que eles conseguem bons empregos em Angola. Ressalva, no entanto, que apesar das ausências, têm sempre as propinas em dia, além de que são muito interactivos. Quando pedimos a Nelson André, um dos nossos estudantes do segundo ano do curso de Administração de Negócios, para justificar as constantes ausências dos colegas, ele encolheu os ombros e laconicamente respondeu: "uns trabalham ou têm outras ocupações que lhes roubam quase todo o tempo e muitas vezes só aparecem na universidade em vésperas das provas".
A universidade foi criada em 2003 e até 2008 formou 1.054 estrangeiros, 800 dos quais angolanos. Segundo Virgínia Namuwandi, a maioria dos licenciados estão empregados no sector petrolífero em Angola. Este ano, a universidade é frequentada por 3.500 estudantes, dos quais 495 são oriundos de 75 países. Deste número de estrangeiros, 420 são angolanos. A "The Internacional University" lecciona cursos de Administração de Negócios, Sistemas de Informática, Viagens e Turismo, entre outros.
Segundo a vice-reitora, a instituição pretende trocar programas com congéneres angolanas, o que actualmente já é feito com universidades do Botswana e Malawi. Mas a "The International University" tem um sonho maior em relação a Angola: abrir uma representação em Luanda. Virgínia Namuwandi afirma que o convite foi feito por uma delegação de uma congénere privada angolana que esteve, recentemente, em Windhoek, e as negociações podem começar a qualquer momento. Além disso, a instituição está a estudar a possibilidade de introduzir no seu programa académico a cadeira de língua portuguesa, tendo em conta o ensino do turismo. A concretizar-se este desejo, professores angolanos podem vir a ser contratados para o ensino do português na Namíbia, explicou.

Um angolano na direcção de uma escola namibiana

Silva Solunga é um dos poucos angolanos com um cargo de direcção em escolas namibianas. Está na Namíbia há mais de uma década e é director pedagógico da "Jacab Muarengue", uma escola comparticipada, situada no bairro histórico de Katutura. Segundo ele, este ano a escola recebeu mais de 300 alunos, metade dos quais angolanos. Desde a sua criação, em 1999, formou cerca de mil técnicos médios angolanos.
Silva Solunga sublinha que "a maioria dos angolanos que ali estudam estão desgarrados do seio familiar e isso tem um certo reflexo no desempenho do estudante". Tendo em conta o elevado número de angolanos que estudam nesta escola, considera a Namíbia um verdadeiro "laboratório de quadros angolanos".


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