Enquanto o professor Justo Bolekia, membro da etnia Bubis (Guiné Equatorial), defende que as "línguas estrangeiras impostas aos africanos são línguas totalmente estrangeiras", Germano Almeida argumenta que esse debate já foi superado. Para o escritor, "se o português não é uma língua africana, pelo menos é uma língua cabo-verdiana".
Em declarações registadas pelo jornal "20 minutos", Germano Almeida disse que da relação entre portugueses e africanos surgiu o crioulo cabo-verdiano, "nossa língua materna, mas com base no português". Segundo ele, hoje a grande maioria da população cabo-verdiana "está alfabetizada, e está no português", daí considerar que de maneira nenhuma a língua lusa pode ser considerada "estrangeira" em Cabo Verde. Para ele, o português "foi a porta de entrada para a modernidade".
O debate, intitulado "O papel do tradutor como intermediário entre culturas", reuniu também o escritor Romeo Gbaguidi (Benin) e a editora e tradutora Inmaculada Jiménez.