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size 810 16 9 evo moralesBolívia - PCO - Governo denunciou durante a campanha a “guerra suja” da direita contra o presidente


Neste domingo, 21 de fevereiro, foi realizado na Bolívia o referendo que poderia dar ao presidente Evo Morales o direito de se candidatar mais uma vez em 2020. Evo Morales elegeu-se três vezes presidente com ampla vantagem de votos, uma vez antes da fundação do Estado Plurinacional da Bolívia, e duas depois, para mandatos de cinco anos. O referendo perguntava ao povo se a Constituição deveria ser alterada para que fosse possível concorrer a duas reeleições.

Durante a segunda-feira, com 72,5% dos votos apurados, o “No”, defendido pela direita, tinha mais de dez pontos de vantagem, com 56,5%, contra 46,2% do “Sí”. Diante desse resultado, Evo Morales se pronunciou dizendo que era preciso aguardar o resultado final. Na noite de domingo, depois da votação, com a divulgação de pesquisas de boca de urna que mostravam uma vitória apertada do “No”, a oposição já comemorava a derrota do governo.

Em seu pronunciamento, Morales afirmou que, mesmo que vencesse o “No”, continuaria havendo luta anti-imperialista na Bolívia. O presidente da Bolívia também lembrou que a “guerra suja” contra ele teve peso na votação.

Guerra suja

Durante a campanha, Morales foi vítima de uma série de manobras da direita para impor uma derrota ao governo. Como acontece em todos os países da América do Sul hoje em que há governos nacionalistas burgueses, há uma campanha sistemática de uma direita golpista e entreguista contra os governos.

Evo Morales é muito popular e tinha até agora um desempenho esmagador em todas as eleições. Para combater isso, a imprensa burguesa boliviana insistiu na exploração de um caso de corrupção envolvendo membros do governo, relacionado ao Fundo Indígena, que teria destinado recursos a projetos que não aconteceram.

Além disso, poucas semanas antes da votação, a imprensa divulgou um relacionamento de Evo Morales com uma executiva de uma empresa chinesa que tem contratos com o governo, Gabriela Zapata, com quem o presidente teve um filho, que morreu logo depois de nascer. O caso foi divulgado pela imprensa no momento exato para influir no resultado do referendo, com insinuações de que haveria tráfico de influência e um apelo a sentimentos moralistas.

Para completar o jogo sujo da direita, um incêndio com vítimas fatais na prefeitura de El Alto, município vizinho de La Paz, foi associado ao governo pela imprensa. Evo Morales acusou a oposição pelo episódio, que segundo ele seria uma armação para mudar o resultado do referendo. Esse episódio aconteceu há menos de uma semana da votação.

Durante a campanha, o governo também denunciou os laços da oposição de direita com o imperialismo norte-americano. Segundo o presidente, os direitistas brigavam entre si pelo dinheiro enviado pelo imperialismo. Parte dessa direita está hoje refugiada em Miami, depois de fugir do País por causa da “guerra da água”, protesto que terminou com dezenas de mortes no começo dos anos 2000 e que terminou derrubando o governo de Gonzalo Sánchez de Lozada.

Ação coordenada

A direita teleguiada tem agido da mesma forma em toda a América Latina. As campanhas são parecidas, e muitos argumentos se repetem. Não é por acaso que existe essa sincronia da direita pró-imperialista latino-americana contra o nacionalismo burguês. Essa sincronia deriva do fato de que essas campanhas partem de um mesmo lugar. São parte de uma operação dos EUA para substituir todos os governos nacionalistas burgueses na região.

É nesse marco que se deu a a eleição de Macri na Argentina, as tentativas de golpe na Venezuela e a a eleição de uma Assembleia de direita naquele País, os golpes no Paraguai, contra Fernando Lugo, e em Honduras, contra Manuel Zelaya. A tentativa de golpe em curso no Brasil faz parte desse mesmo movimento. O imperialismo quer impor governos como o de Macri contra todos os países da região, com arrocho salarial, fim dos programas sociais e corte de gastos públicos, perda de direitos trabalhistas, demissões no setor público etc. Diante da crise econômica, o imperialismo quer aumentar a exploração dos países atrasados.


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