1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 (4 Votos)

 

A vida e a obra de Florestan Fernandes (São Paulo, 22 de julho de 1920 — São Paulo, 10 de agosto de 1995) - engraxate, garçom, professor, deputado e constituinte -, são retratadas no documentário "Florestan Fernandes -- O Mestre", dirigido por Roberto Stefanelli, galardoado em 2004 com o prêmio 'Vladimir Herzog', a mais importante premiação jornalística da área de direitos humanos do Brasil.


"Para o professor Antônio Cândido ele foi o único grande homem de sua geração; o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso fala do amigo com a reverência de um filho para um pai, inclusive nas discordâncias; os ministros José Dirceu e Luiz Gushiken lembram do político como dois discípulos de sua conduta, acrescida de uma dose de pragmatismo; o ex-ministro Jarbas Passarinho sustenta que discordavam ideologicamente, mas os unia a afinidade intelectual; a professora Mirian Limoeiro sustenta que ele fez da sociologia uma ciência; o deputado Ivan Valente fala do marxista aberto a todas as discussões; seu filho, Florestan Fernandes Júnior, lembra do eterno otimista. Todos estão juntos no documentário.

Durante 50 minutos são percorridos os caminhos mais duros da sua infância do Brás, por onde andou carregando sua caixa de engraxate em direção ao centro histórico e às portas dos grandes cinemas, ou subindo o morro dos Ingleses, para entregar ternos nas mansões da burguesia paulista. Trabalhava como garçom quando, aos 17 anos, resolveu cursar o que na época era chamado madureza, hoje supletivo, para despontar depois na primeira geração de professores brasileiros da Universidade de São Paulo (USP) e ser considerado o maior sociólogo brasileiro, uma referência internacional na sociologia.

Eleito duas vezes pelo PT, era um ícone na Câmara dos Deputados, sempre tratado de professor. Foi aluno de Roger Bastide e Claude Lévi-Strauss, professor de Fernando Henrique Cardoso e Otávio Ianni, colega de Antônio Cândido e Hermíno Sachetta, com que trilhou o trotskismo.

Suas primeiras grandes obras, das mais de 50 que publicou, foram sobre a sociedade dos índios Tupinambá, tribos da faixa litorânea praticamente extintos desde o século XVII. Elas se tornaram uma referência para a sociologia em geral e para sua vida em particular. Sobre sua formação escreveu: "...descobri que o 'grande homem' não é o que se impõe aos outros de cima para baixo, ou através da história; é o homem que estende a mão aos semelhantes e engole a própria amargura para compartilhar a sua condição humana com os outros, dando-se a si próprio, como fariam os meus tupinambá".

Florestan Fernandes morreu aos 75 anos, em 10 de agosto de 1995, vítima de dois erros médicos no Brasil".

Documentário disponibilizado pela TV Câmara e aqui reproduzido de acordo com os termos de uso da referida emissora.


Diário Liberdade é um projeto sem fins lucrativos, mas cuja atividade gera uns gastos fixos importantes em hosting, domínios, manutençom e programaçom. Com a tua ajuda, poderemos manter o projeto livre e fazê-lo crescer em conteúdos e funcionalidades.

Microdoaçom de 3 euro:

Doaçom de valor livre:

Última hora

Quem somos | Info legal | Publicidade | Copyleft © 2010 Diário Liberdade.

Contacto: info [arroba] diarioliberdade.org | Telf: (+34) 717714759

Desenhado por Eledian Technology

Aviso

Bem-vind@ ao Diário Liberdade!

Para poder votar os comentários, é necessário ter registro próprio no Diário Liberdade ou logar-se.

Clique em uma das opções abaixo.