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brailePortugal - Esquerda - A presidente da Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal alerta que qualquer problema que afete a sociedade tem especial incidência nas pessoas invisuais e revela que um estudo aponta para uma taxa de desemprego de 45% nas pessoas com deficiência visual.


A Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal (ACAPO) assinala os seus 25 anos no próximo dia 20 de outubro. A propósito da comemoração, a sua presidente, Ana Sofia Antunes, em declarações à agência Lusa alertou que os problemas que afetam a sociedade têm uma especial incidência nas pessoas invisuais.

"Falamos, claro, das carências ao nível do emprego, das lacunas ao nível do apoio educacional, seja ele na escolaridade regular como depois na escolaridade superior, as questões de acessibilidade na via pública e aos meios de informação", destacou Ana Sofia Antunes.

A presidente da Acapo revelou que um estudo feito recentemente pela associação junto dos seus associados e utentes, apontou que a taxa de desemprego entre estas pessoas atingirá os 45%, o que mostra que as pessoas invisuais sentem de uma forma "muito mais intensa" as dificuldades gerais.

Ana Sofia Antunes salienta que os custos acrescidos que advêm da deficiência não têm sido devidamente contemplados, nomeadamente ao nível dos transportes.

"Não nos podemos esquecer que as pessoas com deficiência visual não dispõem de transporte próprio, deslocam-se permanentemente em transporte público e, onde ele não existe, contratando transporte privado", alertou.

Sublinhou também que as pessoas com deficiência visual têm uma série de necessidades ao nível de apoios sociais, mas "não recebem qualquer tipo de apoio por parte do Estado".

"Tendo nós uma população tão ampla, vivendo de pensões e de subsídios, [devemos] efetivamente pugnar por uma maior justiça desses valores, que são em muitas situações absolutamente precários e não permitem às pessoas terem níveis de vida com o mínimo de dignidade", denunciou.

À Lusa, Ana Sofia Antunes realçou também que as pessoas com deficiência visual são fortemente discriminadas, lembrando não só as dificuldades no acesso ao emprego, mas também uma série de barreiras, principalmente arquitetónicas. "Também no acesso à sociedade da informação, porque apesar de haver legislação sobre essa matéria, ainda existe um grande número de sites, mesmo de serviços públicos, que não cumprem os níveis de acessibilidade a que estão obrigados", lembrou.

Para assinalar os 25 anos da Acapo, a associação pretende prolongar as comemorações durante um ano, arrancando com um grande almoço comemorativo no próximo sábado, dia 25 de outubro no espaço Aldeia de Santo Antão, na Batalha.

A Acapo irá também realizar conferências sobre vários temas e fazer o lançamento de livros em braille. Irá também ser constituída a União de Cegos de Língua Portuguesa (UCLP), que vai congregar todas as associações de cegos dos países com língua oficial portuguesa.

Acha-se que existem cerca de 160 mil pessoas com deficiência visual em Portugal, segundo os dados do INE, relativos ao Censos 2011.


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