Na sexta-feira (15), a ordem dos enfermeiros alertou que os serviços de saúde "estão em clara rutura", enquanto por todo o país se multiplicam os protestos de enfermeiros, de outros profissionais de saúde e da população contra a falta de recursos humanos e materiais nos serviços de saúde.
Problemas semelhantes de falta de recursos e/ou de encerramento de serviços fazem-se igualmente sentir na Educação Pública e na Justiça.
Entretanto, o Governo não pára na redução no número de trabalhadores da função pública, sendo assim o responsável pelo agravamento do desemprego e pela falta de recursos humanos nos serviços públicos, situação que chega já à "clara rotura" em diversas instituições e serviços.
Entre janeiro e junho de 2014, o número de trabalhadores na função pública caiu de 563.739 para 552.959, menos 10.780 trabalhadores. Enquanto saíram 33.763 trabalhadores, só entraram 22.983. Na administração central, ou de trabalhadores a ela pertencentes, houve uma redução de 7.999 pessoas e na administração local de 2.599, enquanto na administração regional da Madeira há menos 176 pessoas e na dos Açores menos 6.
O ministério da Educação de Nuno Crato está no topo da redução de trabalhadores, onde saem pessoas com contrato e entram muito menos pessoas e precarizadas. Metade das pessoas que saíram da função pública dependiam do ministério da Educação, sendo esmagadoramente professoras e professores.
Também os salários na função pública caíram significativamente. Entre abril de 2014 e abril de 2013, os salários médios na função pública caíram 5,4% e os ganhos médios mensais (salários mais suplementos) foram reduzidos em 4.9%.