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Ilka Oliva Corado

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Crónicas de uma inquilina

Facepopular: a plataforma da Pátria Grande

Ilka Oliva Corado - Publicado: Sexta, 18 Dezembro 2015 23:17

Há alguns meses, dando um giro cibernético pelo sul do continente, descobri o Facepopular. Para a minha surpresa, resultou ser uma criação argentina, gostei muito e criei um perfil. Às vezes, cremos que é impossível se contrapor à midiatização, porque está em todos lados, como que onipresente, tão grande é o poder do capital oligárquico e tão poderoso.


Asfixia-nos, nos agride, nos ata as mãos e os pés, nos rouba o ar que respiramos. Injeta em nós veneno puro. Ordena, nos dirige e nos controla. E o pior é que não nos damos conta porque estamos tão alienados, tão acostumados a esse sistema de compra-venda, e de dizer sim a tudo que, quando queremos dizer não, já não temos alento ou chovem balas em cima de nós. E ocorre tudo isto que o sistema se encarrega de etiquetar como consequências da violência comum. E, quando despertam dois ou três, são silenciados imediatamente e, para nós, vem o típico "é que estaba fazendo alguma coisa”; "buscou isso”; "não acontece por gosto”. Repetimos o que eles nos metem na cabeça desde a escola primária. O que aconteceria se as massas despertassem? Poderá o capital acabar com todos? E se o despertar se dá nas redes sociais, que são tão alienantes?

Tudo isso começa com a midiatização, com o bombardeio de informação falsa e manipulada, que querem que memorizemos e tornemos própria. Como se consegue contrarrestar o capital mais poderoso do mundo e que sangra e escraviza os povos? Com ferramentas como o Facepopular. Que são independentes de qualquer sistema da cúpula. Todos os esforços contam, não devem ficar na intenção, é preciso realizá-los.

Tive a oportunidade de entrevistar para "Crónicas de una Inquilina” [Crônicas de uma Inquilina] três dos criadores do Facepopular. Juan Carlos López, que é diretor editorial, consultor em Tecnologia e Comunicação. Sócio fundador e ex presidente da PreTec Associação Latino-Americana de Jonalistas de Tecnologia; sócio fundador da Saladeprensa.org Associação de Jornalistas Investigativos e da Câmara Argentina de Comércio Eletrônico. Administrador da campanha 2.0, 8N Yo no voy [Eu não vou] e fundador e administrador da Rede Popular.

Fernando Cuenstas Garzón, que é diretor de Relações Institucionais. Referência política da Güemes Tres Arroyos. fundador e administrador da campanha 8N Yo no voy. Fundador e administrador da Rede Popular.

Matías Reynols, que é diretor do Departamento Técnico. Webmaster, programador de aplicações e sistemas informáticos. Possui vasta experiência na administração de comunidades cibernéticas. Fundador e administrador do Puertas Abiertas [Portas Abertas] e 8N Yo no voy.

Convido vocês a dar um giro pelo Facepopular e, se for do seu agrado, a ser parte dessa comunidade que contrarresta a imposição midiática.

O que significa o Facepopular? Porque não creio que tenha o mesmo significado do Face, do Facebook.

Matías Reynolds: O nome é a união de uma sigla e uma palavra. FACE, que NÃO se pronuncia "feice” (como Facebook), é uma sigla que significa: Frente Alternativa contra o Establishment. E "popular”, porque no jogo de palavras, é nosso, é um "feice” (face) do povo, um Facepopular.

Como se originou essa plataforma da Pátria Grande?

Juan Carlos Romero López: A partir das revelações de [Edward] Snowden acerca da participação de agências de inteligência nas redes sociais, surgiu a necessidade de propor um território de luta frontal contra essas ferramentas imperialistas. Sem redes próprias, sob o nosso controle, só estaremos a mercê das manipulações ampliadas através desses dispositivos. Convido a ler o nosso manifesto fundacional em: http://www.redpopular.net/manifiesto, no qual detalhamos as razões e o sentido da criação do Facepopular.

Existe a "trolhação” no Facepopular? Ou seja, isso que é tão comum no Facebook, em que qualquer um/a que não esteja de acordo com um comentario teu, ou uma fotografia ou um vídeo que publicaste, te conteste?

Matías Reynolds: A plataforma oferece uma alternativa para a comunicação em linha livre. Na rede, convivem diferentes correntes ideológicas. Os debates, por exemplo, são ricos em intercâmbio de ideias e argumentos, mas sempre no âmbito do respeito mútuo entre as pessoas e das instituições democráticas. Com isto, quero exemplificar que é possível encontrar-se com pessoas que veem o mundo de outra maneira, mas a maioria convive em âmbitos de discussão saudáveis. Chega-se a esse nível, considero eu, um pouco pela aluda do botão "Não gosto”, que possui a plataforma, já que, se há algo que me agrada, simplesmente digo apertando esse botão sobre o conteúdo em questão (foto, vídeo, estado, etc).

Quais os beneficios de Facepopular, o que oferece ao usuário?

Matías Reynolds: Como principal benefício ao usuário, considero três coisas fundamentais.

A primeira, que, sob o resguardo dos Termos e Condições e da Privacidade, todo o conteúdo gerado e compartilhado pelo usuário é de propriedade e uso exclusivo do mesmo. O FP não é proprietário do conteúdo dos seus usuários, como, sim, é o Facebook do conteúdo (fotos, vídeos, notas, etc) que seus usuários sobem nessa rede social.

A segunda, os servidores da rede social da Pátria Grande se encontram na Argentina. Isto é uma grande vantagem frente a, por exemplo, o Facebook, que possui residência nos Estados Unidos, e, por lei, deve entregar toda a informação requerida pelos organismos espiões imperialistas (CIA, FBI, NSA, etc).

A terceira, no FP, há um clima mais cultural e ameno para o debate e intercâmbio de ideias, facilitado com ferramentas, como Foros de Discussão ou blogs pessonais (cada conta de usuário vem com um blog integrado).

Além disso, a rede se comporta de maneira transparente, não possui algoritmos, que tentem violentar a privacidade do usuário, com publicidade linearmente direcionada.

O que de político tem o Facepopular, é antiimperialista?

Matías Reynolds: O FP tem uma clara mensagem anti-imperialista porque um dos seus pilares é a integração cultural dos povos da Pátria Grande. Isto leva a plataforma e sua concepção ideológica a opor-se a qualquer caráter imperialista.

Que tanto de espionagem tem o Facepopular?

Fernando Cuestas Garzón: Não estamos isentos de espionagem em nenhuma parte do mundo, mas, ao ter os servidores fora dos Estados Unidos, ninguém pode obrigar o Facepopular a entregar informação dos seus usuários.

Quais são as outras plataformas ligadas ao Facepopular? Falo de Página Popular, Rádio Popular... Que outras e qual é a função?

Fernando Cuestas Garzón: A Página Popular é um portal de notícias em linha com uma clara linha editorial profundamente antiimperialista, de corte Nacional, e com uma grande vocação de integração regional. Buscamos visibilizar as notícias que são desestimadas, ou tratadas com desconfiança, e colocá-las em primeiro plano, de maneira tal a contribuir para uma construção da realidade contra-hegemônica.

A Rádio Popular cumpre a mesma função editorial, e a ideia es povoá-la com programas enviados de toda a América Latina, para fazer chegar à nossa audiência uma visão regional, em primeira mão. A TV Popular vai no mesmo sentido, com material audiovisual próprio, ou de companheiros da Pátria Grande.

Qual é a razão de ser do Facepopular?

Fernando Cuestas Garzón: O Facepopular pretende ser uma rede social para aglutinar todos os companheiros do Mundo, que tenham uma visão contra-hegemônica, e, a partir dessa aglutinação, possa converter-se em uma ferramenta eficaz, para construir estratégias de emancipação e soberania econômica e cultural.

Quanto tem se estendido pelo continente a plataforma? Soube das boas novas sobre Cuba.

Juan Carlos Romero López: O crescimento e aceitação do Facepopular em Cuba é um orgulho para nós, por duas razões essenciais; primeiro, porque o povo cubano é farol de luz e dignidade para os demais povos latino-americanos e do mundo, sua "descontaminação” do bombardeio publicitário capitalista, sua imensa cultura humanista e igualitária valida ainda mais a nossa plataforma comunicacional, ao ser aceita neste povo irmão, com tanta força; e, em segundo lugar, porque sabemos que é difícil para eles, devido ao injusto bloqueio e às restrições imperialistas ter acesso com plenitude à Internet, o que torna duplamente meritório que tantas e tantos cubanas e cubanas se comuniquem em nossa rede.

O que se espera para o Facepopular?

Juan Carlos Romero López: Queremos, desejamos e brigamos dia a dia para converter o Facepopular e os meios da Rede Popular na alternativa comunicacional emancipadora, igualitária e solidária, em consonância com todas as iniciativas populares, de toda a Pátria Grande. Necessitamos de todos para que este sonho, que está inspirado no ideário de San Martín, Bolívar e Martí, se consolide nos próximos anos.

Fonte: Adital


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