Segundo o “Expresso” online desta segunda-feira, o prejuízo que o BES vai apresentar no final do primeiro semestre será o maior de sempre de um banco em Portugal e 15 vezes superior ao das estimativas iniciais.
O jornal refere que foram detetados mais esquemas de engenharia financeira, para além da exposição do banco ao papel comercial das “holdings” ES International e RioForte, que estão insolventes.
Uma operação detetada indica que clientes e obrigacionistas do banco estavam a financiar, através de emissão de títulos de dívida, em várias centenas de milhões de euros as “holdings” do grupo Espírito Santo (GES), sem sequer saberem. O banco terá de criar provisões para proteger esses clientes, disparando o prejuízo do BES para quase três mil milhões.
O prejuízo da atividade corrente do BES esperava-se que atingisse os 200 milhões de euros. Porém, terá de fazer provisões para as perdas das “holdings” do GES. Uma delas, a ESFG também está insolvente e a provisão apontada de 700 milhões de euros não está garantida, uma vez que a companhia de seguros Tranquilidade dada como garantia não vale sequer um terço desse valor.
Segundo o jornal, o montante exato dos prejuízos variam de acordo com o critério de perda que for estabelecido (parcial ou total), sendo que o Banco de Portugal deu orientação aos outros bancos para provisionarem em 50% os títulos de dívida que tenham do GES. O regulador tem apontado assim para uma perda de metade do capital.
Após a notícia divulgada pelo “Expresso” e ainda na noite desta segunda-feira, o Banco de Portugal divulgou um comunicado a garantir a segurança do dinheiro confiado ao BES.
O Banco de Portugal refere que há várias empresas interessadas em investir no banco, podendo assim haver hipótese de uma solução privada para reforçar o capital do BES.
O Banco de Portugal aponta ainda e pela primeira vez que, “no limite”, o BES poderá aceder à linha de recapitalização bancária, prevista no memorando da troika e à qual acederam BCP, BPI e Banif.
Foto: Paulete Matos