Conforme ao relatório dessa entidade, a maior parte das ocorrências foram em situações em que a vítima tinha no momento da morte (ou teve anteriormente) uma relação de intimidade com a pessoa responsável pela sua morte, somando quase 60% dos casos. Em 62% dos femicídios, houve um registo de violência prévia nas relações intimas e a motivação tinha a ver, maiormente, com um contexto de violência no lar.
No relatório indicam que "os dados apresentados pelo OMA (...) pretendem mais uma vez, contribuir para um aprofundamento e caracterização desta tipologia de crime, alertar para a sua preocupante prevalência, o seu particular contexto de ocorrência e vítimas particularmente determinadas desta tipologia de crime, como fatores considerados pela UMAR como a ter em conta na sua prevenção".
As diferenças entre os femicídios consumados e as tentativas
Embora os dados anteriores são praticamente paralelos quer para as mortes quanto para as tentativas falidas, existem diferenças em alguns parâmetros.
Especificamente, enquanto a faixa etária que mais sofreu femicídios com resultado de morte foram a superior aos 65 anos (25% das ocorrências) e a compreendida entre 51 e 65, no caso das tentativas a faixa que destaca é a que vai dos 36 aos 50 anos. Ainda, destaca o facto de Faro colocar-se com tantos casos de tentativa quanto Lisboa (4), apesar das diferentes populações. No caso de mortes consumadas, são Lisboa e Setúbal as cidades que registam mais casos (4 também). Outras diferenças dizem a respeito do local de ocorrencia, a antecedência de violência na relação (menor nas tentativas).
O relatório pode ser consultado integramente aqui.