Segundo uma nota divulgada pelo SESARAM, a adesão na área dos cuidados hospitalares foi de 84% e nos cuidados primários situou-se nos 59%, tendo a paralisação provocado “o cancelamento de 19 cirurgias programadas no bloco operatório central” e a necessidade de reprogramar “a atividade cirúrgica de ambulatório e algumas consultas”.
Ainda assim, sublinha a entidade, os serviços mínimos foram assegurados ao longo do dia.
O presidente do Sindicato dos Enfermeiros da Madeira (SERAM) confirmou à agência Lusa que o valor global da adesão neste segundo dia da paralisação esteve na ordem dos 70%, admitindo que o valor “já era expectável, tendo em conta o histórico de outros processos de luta”, mas reconhecendo que representa um valor “ligeiramente inferior” ao primeiro dia de paralisação.
Juan Carvalho salientou que, “mesmo sendo um segundo dia e no atual contexto, uma adesão entre os 68 e os 70% significa que a mensagem passou, que os enfermeiros se reveem nas reivindicações e estão dispostos a lutar pela resolução dos problemas”.
O responsável também sublinhou que, nos centros de saúde periféricos da região, “muitos enfermeiros não compareceram” e que nas unidades de saúde concelhias “a percentagem variou entre os 50 e os 80%, pelo que não funcionaram normalmente”.
O sindicalista informou que a estrutura sindical recebeu uma convocatória para uma reunião com os responsáveis do Serviço Regional de Saúde da Madeira para o dia 09 de novembro.
“Estamos disponíveis para encontrar as soluções mais adequadas e estaremos nessa reunião”, afirmou Juan Carvalho, apontando que o objetivo é “dar continuidade e resolver”, entre outros aspetos, os processos de harmonização salarial dos enfermeiros contratados.
O Sindicato de Enfermeiros da Madeira convocou esta greve de dois dias no arquipélago para reivindicar a harmonização salarial entre enfermeiros com contrato individual de trabalho e em protesto contra a discriminação entre estes profissionais.
Este sindicato considera “inadmissível que, na sequência do acordo alcançado com o Ministério da Saúde no passado dia 29 de setembro, a secretaria Regional da Saúde e o Serviço Regional de Saúde da Madeira teimem em manter a crónica situação de discriminação salarial entre enfermeiros”.
No dia 09 de outubro, o sindicato reuniu com os responsáveis do SESARAM para debater a situação, acabando por recusar a proposta de só haver harmonização salarial na região a partir de janeiro de 2016 para os enfermeiros com contrato individual de trabalho, já que a situação foi resolvida a nível nacional com efeito a partir de 01 de outubro.
Na ocasião, o dirigente sindical explicou que, dos “1.480 enfermeiros que estão ao serviço no SESARAM, 570 estão com contrato individual, a ganhar menos 180 euros do que os colegas da função pública”, uma situação que considerou injusta por se tratar de profissionais “com o mesmo conhecimento, as mesmas competências e no mesmo serviço”.