Lançou também dúvidas sobre a política orçamental do governo de António Costa e sublinhou que “não se justifica anular reformas anteriores”. Draghi referiu ainda a necessidade de Portugal alterar as leis eleitorais e de levar a cabo uma revisão constitucional. O que poderia dizer um dos responsáveis da troika, que infernizou a vida dos portugueses? Mas por estas afirmações se pode ver o despudor com que os responsáveis europeus tratam os pequenos países, assumindo posições de diktat e de grande arrogância.
A insólita presença de Draghi no Conselho de Estado deveu-se a um convite nada inocente do actual Presidente da República. Marcelo já sabia o que Draghi iria dizer. As costumadas habilidades de Marcelo, o presidente dos “afectos”, começam a ser postas em prática a nível do aparelho de Estado. A pretexto do diálogo e da informação, MRS põe outros a dizer aquilo que ele pretendia dizer, procurando condicionar o governo de António Costa, assim como os partidos da esquerda parlamentar. Não gostando da actual direcção do PSD nem dos partidos à esquerda do PS, procura habilmente levar água ao seu moinho. Assim, desde já, Marcelo vai criando condições para a formação de futuros governos de um bloco central burguês, mais a seu gosto.
Foto: European Parliament