De acordo com cálculos da Direcção Geral da Concorrência da Comissão Europeia divulgados pelo jornal i, o setor da banca viu serem aprovados auxílios num total de 86 mil milhões de euros no âmbito de medidas de recapitalização, assunção de créditos em incumprimento de bancos, linhas de crédito de último recursos disponibilizados pelos bancos centrais e também garantias prestadas aos bancos para as operações de financiamento. E apesar de nem todas estas verbas terem resultado num aumento da despesa pública efetiva, o saldo final é significativamente desfavorável para os cofres do Estado.
Estado perdeu mais de 10 mil milhões
Desta forma, e de acordo com o Tribunal de Contas (TdC), as despesas públicas efetivas entre 2008 e 2014 com a área financeira atingiram cerca de 17 635 milhões de euros, ou seja, cerca de 10,2 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) relativo a 2014, um número que se situa acima da média europeia. Deste montante, foram recuperados apenas 5813 milhões de euros em receitas dessas intervenções o que representa cerca de 3,4 por cento do PIB.
Perante estes números pode concluir-se que em termos líquidos, o Estado português regista uma perda de 11,8 mil milhões de euros.
Numa análise cronológica feita a várias instituições financeiras, o jornal i refere que a CGD necessitou de múltiplas intervenções (vários aumentos de capital e um empréstimo de 900 milhões de euros que ainda não pagou) do Estado desde 2008 o que representou um encargo para os cofres públicos de 3,2 mil milhões de euros enquanto o BES, que não recorreu à linha de financiamento da troika, tem, para já, um impacto negativo nas contas públicas de 4,9 mil milhões de euros.
Mais recentemente, o Banif, que recorreu à ajuda do Estado em 2013 recebendo 1,1 mil milhões de euros, apresenta uma fatura que pode ascender a mais de três mil milhões de euros.
Refira-se ainda o caso do Banco Privado Português (BPP), em que o Estado avalizou um empréstimo conjunto das outras instituições financeiras e com a falência do banco teve de pagar a fatura.