De acordo com o jornal The Guardian, esta medida pretende garantir uma “inspecção de «rotina»” de alegados grupos suspeitos, desde motoristas anti-sociais a – como não poderia deixar de ser – imigrantes e manifestantes.
O responsável pelo fornecimento dos drones é a empresa BAE System, produtora de aviões utilizados na guerra do Afeganistão. A ideia partiu das autoridades policiais de Kent, as quais tencionam utilizar os drones nos jogos olímpicos de 2012. O protocolo a estabelecer, que abarcará mais cinco autoridades policiais, refere que alguns dos seus proponentes defendem a venda de informação recolhida a empresas privadas. É de referir que o principal obstáculo à aprovação do mesmo prende-se, não com a violação do direito à privacidade, mas com a sobrelotação do espaço aéreo.
A introdução de tais políticas está longe de constituir uma novidade. Para além da sua ampla utilização em teatros de guerra, nomeadamente Iraque e Afeganistão, o governo francês apresentou em 2008 o projecto “Elva” (Equipamento Ligeiro de Vigilância Aérea), destinado ao policiamento dos banlieu das cidades francesas.
Representando um cerco às populações, crescentemente limitadas por jaulas de ferro virtuais, é interessante constatar que a aplicação deste tipo de técnicas militares visa determinados sectores e/ou grupos sociais, como imigrantes e manifestantes. Algo que confirma, por um lado, a existência de uma guerra social em curso; e, por outro lado, o medo que o estado nutre em relação a estas “classes perigosas”.