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venezuelavenezuelaVenezuela - Samuel - [Max Altman] Como um delinquente e integrante de um bando criminoso, julgado e condenado pela Justiça, pôde ser dirigente da Ação Democrática?


Quanto cinismo! O colunista da Folha de S. Paulo, Clóvis Rossi, (ed. 30 nov. mundo A13) por não querer assinar de próprio punho, passa a palavra a Luis Almagro, secretário-geral da OEA: “O assassinato de um dirigente político é uma ferida de morte para a democracia”, disse Almagro sobre o tiro que matou o venezuelano Luis Manuel Díaz, dirigente da oposicionista Ação Democrática”.

Ocorre que Rossi recebeu do blogueiro que assina esta matéria um dossiê, do até agora apurado, sobre o assassinato. O que se tem ao certo é que o crime foi um acerto de contas entre mafiosos e assim honestamente deve ser tratado por quem tem a incumbência profissional de informar.

O restante de sua coluna esforça-se por demonstrar que o pleito de 6 de dezembro não será “livre e justo”, as duas palavrinhas que a comunidade internacional usa para qualificar a lisura de uma votação. Centra sua argumentação, baseada em pareceres de especialistas, de que a cobertura eleitoral dos meios de comunicação de massa é francamente favorável ao governista PSUV, em detrimento do espaço oferecido à opositora MUD. Por acaso, só para citar um exemplo, a cobertura dos meios de comunicação de massa brasileiros – televisão, rádio e imprensa escrita – não foi esmagadora e raivosamente favorável a um dos candidatos nas últimas eleições presidenciais? É que a direita e os neocons não se conformam que na Venezuela a revolução bolivariana montou uma rede de comunicação para travar a batalha de ideias contra seus opositores, o que infelizmente não aconteceu e não acontece no Brasil, o PT ter montado também sua rede de meios de comunicação de massa.

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Interessante que logo abaixo da matéria de Rossi, uma reportagem assinada por Samy Adguirni, correspondente do jornal na Venezuela, sob o título “Reduto chavista vibra em comício opositor”, dá conta que a oposição realizou um ato eleitoral em Guarenas, estado de Miranda, ‘bastião histórico do chavismo’. Menciona ainda outras ‘penetrações’ de oposicionistas em redutos chavistas. De seu relato, não se pode perceber o menor ato de violência ou sequer resistência a atos políticos da oposição em redutos governistas. Pode-se então deduzir que a campanha corre com plena liberdade de manifestação e é isto que deveria ser destacado se houvesse ‘equilíbrio’ na informação.

Por que um delinquente, portador de alentado prontuário policial, ex-presidiário, julgado e condenado por homicídio, estava em liberdade e era dirigente de seu partido?

Esta é a pergunta que não foi respondida pelo secretário-geral do partido Ação Democrática, Henry Ramos Allup, sobre Luis Manuel Díaz, alcunha El Crema, um meliante extorsionista assassinado em virtude de acerto de contas entre quadrilhas durante um ato político da oposição.

“Secretário-geral da AD em Altagracia de Orituco”, assim o definiu Allup na rede social. “Cumpria apenas dois meses como dirigente local desse partido. Como chegou a este cargo, é a certeira pergunta que o mundo deve se fazer.

Díaz era membro de um bando de extorsionistas, Los Plateados, que em conflito para ter acesso exclusivo à cobrança de “vacunas” (vacinas- ‘taxa’ de proteção) de empresários de Guárico contra outra quadrilha, Los Malony, perpetrou um assassinato por encomenda. Com a mesma arma que mataram Díaz haviam matado outra desse mesmo bando, Los Plateados, em outubro.

Agora, sobre casos esses sim que podem ser catalogados como crimes políticos, houve alguma reação da OEA, do Parlamento Europeu? Robert Serra, deputado da Assembleia Nacional, morte planificada pela direita colombiana; Eleazar José Hernández Rincón, estudante de direito, assassinado em eleições estudantis por Yorman Barillas, dirigente do partido opositor Primero Justicia; Génesis Arguinzones, dirigente na localidade de Petare (Miranda), morta por encapuzados vinculados com Primero Justicia; Liana Aixa Hergueta González, esquartejada por José Rafael Pérez Venta, dirigente de Primero Justicia.

Houve alguma reação do mundo a respeito? Da chancelaria do Brasil, Uruguai ou Paraguai? Da OEA de Luis Almagro? De algum governo europeu? De Mario Vargas Llosa? De Fernando Henrique Cardoso? De Sebastian Piñera, de Felipe González, de Vicente Fox, de Ricardo Lagos, de Alejandro Toledo? De algum meio de comunicação da grande mídia internacional? Da CNN? Do Departamento de Estado? Da Casa Branca?


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