Em 2015, a Secretaria de Segurança Pública de Santa Catarina (SSP) registrou 102 mortes, 346 estupros, 17.325 casos de lesão dolosa, além de outros 45.434 casos de ameaça contra a mulher. Em relação ao espaço ocupado pelas mulheres na política catarinense, nas eleições municipais de 2012, de um total de 295 municípios, foram eleitas apenas 21 prefeitas, 26 vice-prefeitas e 387 vereadoras.
Tais dados, apresentados durante a IVª Conferencia Estadual dos Direitos da Mulher, realizada de 23 e 25 de fevereiro, na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) em Florianópolis, foram destacados no eixo temático “Mais Direitos, Participação e Poder para as Mulheres”. Cerca de 200 mulheres de todo o estado participaram do evento, das quais foram eleitas 83 delegadas para a etapa nacional da conferência, que acontecerá em março, em Brasília.
Mesmo sendo o segundo estado com mais Delegacias de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (DPCAMIs) em todo o país - 31 no total -, Santa Catarina não tem uma secretaria específica e capacitada para atender mulheres vítimas de violência. “Colocar idosos, crianças, e adolescentes, deficientes e mulheres na mesma delegacia é jogar o problema pra debaixo do tapete. É não encarar os números, que ainda são muito graves. É preciso ter especificidade, profissionais e acolhimento adequados, para que essa mulher tenha coragem para denunciar e que, além do B.O, ela continue acompanhando o resultado do processo.” rebate Rosaura Rodrigues, representante do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Porto Belo.
Além de Rosaura, o MARUIM entrevistou Kelly Vieira Meira, presidenta do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, que é transexual e militante das causas de gênero em SC. As duas reforçaram que os números apresentados pela SSP são alarmantes, mas demonstram a urgência de a sociedade debater o recorte de gênero e a igualdade de direitos entre homens e mulheres. Confira a reportagem exclusiva aqui
Via Coletivo Maruim