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040316 otanPCB - [Julio Minguez] Todos sabemos que a chamada crise de sobreacumulação do capital, que se descarrega sobre as nossas doridas e inquietas costas, se centra no insuficiente aumento de trabalho gratuito extraído à classe trabalhadora (mais-valia), o que impede remunerar da forma desejada e mais fartamente uma massa acrescida de dinheiro-capital.


Cada nova tentativa de investir um determinado volume de dinheiro-capital necessariamente superior ao anterior investimento depara-se com o inconveniente de não alcançar uma quantidade maior de excedente (mais-valia). De facto, há um aumento; porém, é insuficiente, demasiado pequeno, para remunerar adequadamente o volume de dinheiro-capital investido, o que se manifesta numa redução da taxa de lucro.

Há uma insuficiente produção de mais-valia para proporcionar taxas de lucro adequadas, que permitam a acumulação e a reprodução do capital. Atualmente, há grandes dificuldades para reinvestir uma parte do excedente alcançado, estimado em 2,16 biliões de dólares, enquanto que na chamada época dourada do capital o reinvestimento é calculado em 150.000 milhões de dólares, em 1950, e 420.000 milhões, em 1973.

Essa situação, atualmente de uma gravidade colossal, exige que o sistema do capital encontre, dentro da sua natureza e lógica, várias soluções. A mais clássica, na qual se manifesta a unidade indissolúvel da classe capitalista, consiste na busca incessante da sobre-exploração, procurando remunerar a força de trabalho abaixo do seu valor, através de mecanismos vários, como: a) a intensificação do trabalho, b) o aumento da jornada de trabalho, c) a expropriação do trabalho necessário ao trabalhador. Sem renunciar ao aumento da própria produtividade do trabalho.

De ressaltar que nos três mecanismos identificados a caraterística fundamental consiste em retirar ao trabalhador algumas condições que lhes permitem repor e reproduzir a sua força de trabalho. Nos dois primeiros casos, ao exigir uma maior deterioração das suas capacidades, um esforço superior, que leva a um desgaste prematuro. E no terceiro mecanismo, por retirar parte do consumo indispensável à conservação normal da sua força de trabalho.

Outra solução do imperialismo persegue a máxima implantação dos inquietos monopólios em todas as zonas do planeta. Trata-se de aceder à distribuição da mais-valia criada. Exigem-na à medida da sua escala, ao volume do seu capital, à necessidade de que não se pode parar de acumular, de concentrar e centralizar o capital. E aqui começa a desagregação da unidade; é o princípio da discórdia irreconciliável. As aves de rapina digladiam-se pela presente divisão dos despojos, e também pelo futuro. Comportam-se como bestas carnívoras que exigem o seu quinhão de acordo com a respetiva dimensão e, se possível, sem deixar restos para o mais esquálido. Na verdade, o que acontece é que aquilo que uns comem outros deixam de comer. A repartição da presa é isso mesmo, repartição.

Tal representa um perigo para a humanidade e um autêntico desastre para os povos que sofrem o horror da intervenção imperialista. E não se trata de um só país a que se pode chamar de imperialista. A natureza do desenvolvimento capitalista baseia-se na acumulação, na necessidade imperiosa de aumentar o capital, de modo a que em qualquer país, com um determinado estádio de acumulação de capital, a oligarquia aí constituída desencadeia a exportação de capitais, a absorção de matérias-primas, prepara-se para o embate com outros imperialismos (hoje há uma guerra por petróleo, divisas .... que arrasta nações para a miséria, ...) ... Não há disparate, brutalidade, crueldade, horror e crime que não estejam dispostos a cometer; especialmente hoje, dada a crescente incapacidade para remunerar o capital já criado.

Estamos já perante uma horrível realidade e temos de estar alerta para as tentativas de confronto, as bravatas e os desafios de uns e de outros. Aos confrontos já existentes nuns quantos lugares pela ingerência e avidez imperialistas. Devemos com a maior insistência e a maior urgência propagar, organizar e mobilizar massas e massas pela frente anti-imperialista, contra os planos e preparativos de guerra, contra a guerra imperialista. É a única solução possível para a tragédia atual que temos de impedir.

PELO INTERNACIONALISMO DE CLASSE

OTAN NÃO

PELA FRENTE ANTI-IMPERIALISTA

PELA SOCIEDADE SOCIALISTA

Granada, janeiro 2016

Pelo Socialismo

http://www.pelosocialismo.net

Publicado em 2016/02/22, em: http://www.unidadylucha.es/index.php/actualidad/1737-aves-de-rapina

Tradução do castelhano de RG


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