Apesar da propaganda dos "cofres cheios" e do reembolso antecipado dos empréstimos do FMI, o último ano de governo de Passos Coelho e Paulo Portas voltou a saldar-se pelo aumento da dívida pública, desta vez acumulando mais 5.300 milhões de euros do que em 2014.
A nota estatística divulgada pelo Banco de Portugal não faz o cálculo da dívida em percentagem do PIB, mas apresenta os números da dívida pública portuguesa na ótica de Maastricht, ou seja, o critério que conta para Bruxelas.
Segundo a nota citada pela agência Lusa, "a operação de resolução do Banif teve impacto no valor de dezembro de 2015 da dívida pública, através da inclusão dos títulos de dívida emitidos pela Oitante (0,7 mil milhões de euros)”. A Oitante é a sociedade-veículo criada para gerir os ativos tóxicos do antigo banco vendido ao Santander.
“As transferências de capital efetuadas pelo Estado e pelo Fundo de Resolução para o Banif implicaram um aumento de 2.300 milhões de euros na dívida líquida de depósitos, por via da redução de depósitos”, prossegue a nota do Banco de Portugal, que calcula o montante total da dívida excluindo os depósitos da administração pública em 217,7 mil milhões de euros no final de dezembro.