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jogoPortugal - Manifesto74 - [Miguel Tiago] Se aceitarmos fazer uma partida de xadrez a jogar com 16 peões de pedras pretas contra um adversário que joga com o conjunto regular de pedras brancas, não podemos gritar surpreendidos "ah, mas tu tens uma dama!" quando os nossos peões tombarem às investidas da táctica adversária.


 

Assim é connosco, comunistas, que aceitámos participar numa luta nas conhecidas e não fáceis condições que o domínio dos grandes grupos económicos nos impõe. Quando decidimos, cada um, individualmente, iniciar o nosso percurso nesta marcha pelo futuro, já sabíamos que o presente não nos daria tréguas, já sabíamos que as forças do colectivo a que nos estávamos a ligar não tinham amparo nos jornais, nem nas televisões, nem nas rádios. Quando nos comprometemos com a luta dos comunistas, já sabemos que dependemos estritamente das forças do nosso colectivo.

Os comunistas não se queixam da falta de atenção que a comunicação social lhes dá. Os comunistas denunciam a propriedade e a missão da comunicação social, não para justificar as insuficiências do seu colectivo partidário, mas para ilustrar o quão poderosas são as forças do inimigo.

Os comunistas também não se iludem quanto à "inteligência" colectiva do povo e dos eleitores. Não se trata de haver gente que anda a dormir. Pelo contrário, o sinal de que os portugueses estão acordados é o facto de responderem aos estímulos que recebem. Quinze anos de estímulos a entrar pelas nossas casas adentro, fazendo de um líder do PSD, repentinamente, o Sr. Professor. Muitas horas de estímulos a menorizar e secundarizar outros candidatos, entre os quais, o comunista Edgar Silva.

A questão é relativamente simples: algum de nós seria comunista se em algum momento das nossas vidas não tivéssemos conhecido o Partido? Se em algum momento não nos tivéssemos cruzado com o PCP, ou com os seus militantes ou materiais de difusão e divulgação, teríamos desse partido a imagem que nos é oferecida por terceiros. Isso faria de nós "gente adormecida", "burra", menos inteligente?

Não, faria de nós gente. Gente como toda a gente. Que é o que somos.

Tivemos a "sorte", a vida permitiu-nos, o Partido conseguiu, no nosso caso, romper as barreiras, furar o cerco, e chegar a nós. De uma forma ou de outra.

São assim as regras do jogo em que decidimos participar, voluntariamente porque a vida nos mostrou um caminho que entendemos como compulsivo por força da consciência social. E nessas regras, somos os peões de pedras pretas contra todo um arsenal. Não dependemos de convencer o adversário da nossa bondade, mas de redobrar os nossos esforços, melhorar a táctica, defender sem cedência a estratégia, unir as forças. Levar o Avante! a quem nunca o viu. Organizar na defesa dos seus interesses quem nunca lutou. Levantar primeiro a cara perante as injustiças. Ser o exemplo junto dos colegas de trabalho.

Romper o cerco, com as regras que aceitámos à partida. Até que pelos trabalhadores sejam feitas novas regras. Até que a ditadura dissimulada dos monopólios seja suplantada pela democracia dos trabalhadores.


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