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150416 bulBulgária - Esquerda - Na Bulgária há um número crescente de grupos nacionalistas que perseguem e capturam refugiados. Com o encerramento de fronteiras e a entrada em vigor do acordo entre a UE e a Turquia, o número de refugiados que tem chegado ao país diminuiu.


Perante esta situação, o governo búlgaro viu-se na contingência de alterar a sua atitude em relação a estes grupos, conhecidos como “caçadores de migrantes”. Depois de os ter incentivado, decidiu agora abrir uma investigação.

De acordo com o jornal “Público”, a mudança de atitude das autoridades da Bulgária está relacionada com um vídeo que foi difundido nas redes sociais, e onde se pode ver um grupo de refugiados deitados no chão, com as mãos amarradas atrás das costas, enquanto vários indivíduos gritam: “Bulgária, não! Voltem para a Turquia!”. A polémica originada na comunicação social relacionada com estas imagens levou já à detenção do responsável pela divulgação do vídeo, estando ainda por identificar outros suspeitos, de acordo com informações da procuradoria búlgara, difundidas pela agência France Presse.

"É absolutamente inaceitável que pessoas ou organizações que se auto-intitulam como 'destacamentos de defesa' ou 'unidades de cooperação' se apropriem de funções de órgãos do Estado e se envolvam naquilo que os media qualificam como caça aos refugiados”, disse Sotir Tsatsarov, procurador-geral búlgaro, de acordo com a France Presse.

“Captura” de refugiados

Segundo noticia o jornal “Público", nos últimos meses, têm aumentado as atividades de “captura” de refugiados por grupos nacionalistas e xenófobos. Estes grupos atacam os refugiados que chegam ao país provenientes da Turquia com o objectivo de roubá-los e detê-los. Depois, chamam a polícia fronteiriça ou forçam os refugiados a regressar à Turquia, afirmou à rádio búlgara o líder da Frente Patriótica, Focus Valeri Simeonov, um partido que apoia a coligação que está no poder.

Recentemente, Dinko Valev, um wrestler semi-profissional, tinha admitido na televisão que deteve um grupo de 12 refugiados com “as próprias mãos”. A sua história chegou aos media internacionais e, numa entrevista à BBC, reforçou a sua conduta xenófoba, tendo na altura afirmado: “Estes migrantes são repugnantes e más pessoas, devem ficar onde estão”.

Refira-se que o governo búlgaro teve uma atitude passiva e de apoio em relação à atuação dos chamados grupos de vigilantes. O primeiro-ministro, Boiko Borissov, chegou mesmo a agradecer publicamente a “ajuda” destes grupos, tendo afirmado que “qualquer ajuda à polícia fronteiriça e ao Estado é bem-vinda”.

Estas declarações mereceram fortes críticas de organizações de defesa dos direitos humanos como, por exemplo, a Bulgarian Helsinki Committee, que, inclusive, apelou à sua "detenção".

“Borissov deve ser preso por convidar abertamente à prática de crimes e por incentivar a violência e a discriminação baseadas na nacionalidade, etnia ou raça”, disse ao "Guardian" Margarita Ilieva, vice-presidente e diretora daquela organização.

A situação agravou-se ainda mais quando o chefe da polícia fronteiriça, Antonio Angelov, manifestou o seu apoio, na sequência de uma detenção de um grupo de 23 refugiados.

“Quero encorajá-los e dizer que reagiram apropriadamente. Este grupo de refugiados estava bastante calmo, mas nem sempre é assim”, afirmou Angelov à televisão búlgara Nova TV.

Decréscimo de chegadas

Desde que vários países dos Balcãs decidiram fechar as suas fronteiras e com a entrada em vigor do acordo entre a União Europeia e a Turquia, o número de refugiados que tem chegado à Bulgária diminuiu, disse o vice-ministro do Interior búlgaro, Philip Gounev.

Segundo o "Público" que cita o Guardian, Gounev afirmou que "os números têm baixado como resultado do acordo UE-Turquia, uma vez que a Turquia está a colocar mais pressão para que os refugiados não atravessem a fronteira”.

Nos primeiros três meses deste ano, a chegada de refugiados ao país diminui 20%. Neste período, foram detetadas 2800 chegadas irregulares à Bulgária, enquanto em igual período do ano passado o número situava-se em 3500. O número de pessoas que atravessam a fronteira e que não são detetadas permanece, contudo, desconhecido, de acordo com informações de Philip Gounev.


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