As armas utilizadas foram terçados e facões. Os seguranças foram surpreendidos e perseguidos pelos ocupantes na travessia do rio Moreno, que fica na área.
A polícia fez várias buscas na área e não encontrou armas, apenas uma cápsula de cartucho calibre 12, duas motocicletas, alguns documentos pessoais e peças de roupas sujas de sangue. A ocorrência foi registrada no 5º Distrito Integrado de Polícia (Dip), no bairro do Santo Antônio, Zona Oeste.
Os seguranças afirmaram que estavam desde quinta-feira no local e eram 27 na hora em que sofreram o ataque, porque estavam na troca de turno. “Eles chegaram armados com porretes e escopetas e foram atacando a gente”, contou um dos seguranças. Eles saíram correndo pela mata e alguns caíram no igarapé.
Um dos ocupantes, Isidro Matheus Sena de Barros negou que o ataque aos segurança tenha partido dos ocupantes da área. Ele disse que a confusão aconteceu entre os próprios seguranças.
Segundo Isidro, desde quinta-feira eles bebiam e faziam disparos, dizendo que estavam comemorando a retirada dos ocupantes. A posse do terreno é disputada entre ocupantes e a empresa Eletroferro.
A área é alvo de um conflito que vinha sendo mediado pela Pastoral da Terra e por parlamentares do Amazonas, que visitaram o local na sexta-feira. O conflito ocorreu porque os ocupantes, a maioria descendente de indígenas, tiveram a informaçao de que uma suposta decisão judicial havia sido tomada, determinando a imediata desocupação do terreno.
A polícia enviou um helicóptero para o local e diversas viaturas.
Foram presos os seguranças Gilmar Duarte e um homem conhecido como "Tatuado""
A área é objeto de disputa judicial entre a Associação dos Moradores da Comunidade Novo Paraísoe a empresa Eletroferro. Ano passado, o Ministério Público Federal "recomendou à Prefeitura de Manaus e ao Governo do Estado que procurassem evitar a entrada de novas pessoas no local, mas sem retirar as famílias que já moram lá há décadas, até que fossem julgadas as ações possessórias que estão em andamento na Justiça Federal.
O terreno disputado pela Eletroferro e pelos ocupantes faz parte da Área de Proteção Ambiental (APA) do Tarumã-Ponta Negra, que tem mais de 22,5 mil hectares, onde estão inseridas diversas áreas públicas e privadas.