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080416 rpdcCoreia do Norte - Resistir - [Andre Vltchek] Muito provavelmente haverá em breve novas e brutais sanções contra a Coreia do Norte.


Haverá maciços e provocatórios exercícios militares, envolvendo os Estados Unidos e a Coreia do Sul. Em resumo, é sempre business as usual: o Ocidente continuará a torturar a Coreia do Norte (RPDC) com provocações, isolamento, demonização e desumanização, para que o país não funcione normalmente e não possa por si próprio prosperar.

Nos países ocidentais uma opinião pública submissa engole todas as mentiras que, sem vergonha, estão sendo servidas pelos media. Não é de facto surpreendente que na Europa e na América do Norte as pessoas tenham parado há muito de questionar os dogmas oficiais.

A RPDC é retratada como um Estado insano, de gente faminta, subnormal e subdesenvolvida, cujos líderes são constantemente vistos em bebedeiras e prostituição, matando-se uns aos outros e construindo ogivas primitivas mas letais, a fim de destruir o mundo.

Os que estão familiarizados com a RPDC sabem que tudo isso é um pacote de mentiras desavergonhadas. Pyongyang é uma cidade elegante, com bom funcionamento, com grandes áreas de habitação pública, excelentes ligações de transportes, locais de lazer e recreio, teatros, instalações desportivas e zonas verdes. E apesar das monstruosas sanções, o campo é muito mais próspero do que o que se vê em Estados ocidentais "clientes" como a Indonésia e as Filipinas.

  Há pelo menos alguns relatos decentes que têm sido escritos sobre essas mentiras grotescas da propaganda Ocidental. Mas a questão essencial permanece: "Por que é o Ocidente está tão obcecado em demonizar a Coreia do Norte?"

E a resposta é simples: como Cuba, a Coreia do Norte ousou pisar nos calos do colonialismo ocidental e do imperialismo. Com sacrifício de seus filhos e filhas, ajudou a libertar muitos países africanos e forneceu assistência às forças mais progressistas no continente mais pilhado e arrasado.

Isso é algo que o Ocidente nunca perdoa. Vive da pilhagem desenfreada de todos os continentes; desenvolveu-se essencialmente pela pilhagem das suas colónias. Os países que ajudaram as lutas de libertação, as nações que lutaram pela libertação do mundo colonizado – União Soviética/Rússia, China, Cuba e Coreia do Norte – foram designadas pelos ideólogos ocidentais como os mais "perigosos" e 'maléficos" lugares na terra.

Na Europa e na América do Norte, as massas condicionadas (que realmente têm lucrado com o colonialismo e o neocolonialismo desde há séculos), recusam-se obstinadamente a compreender que aquela é a principal razão pela qual o Império faz o povo da Coreia do Norte sofrer desde há décadas


 O meu camarada Mwandawiro Mghanga, presidente do Partido Social-Democrata do Quênia (SDP) e também membro da Comissão Executiva do Africa Left Networking Forum (ALNEF) com sede em Dakar, escreveu para este ensaio:

"O SDP condena as injustificadas sanções contra Coreia do Norte (RPDC) instigadas pelo imperialismo, liderado pelos Estados Unidos da América. Estamos conscientes de que o imperialismo nunca cessou a sua guerra fria e quente contra a RPDC que, através de uma das maiores patrióticas, heroicas, e revolucionárias lutas armadas de libertação nacional, anticoloniais e anti-imperialistas, conseguiu conquistar a verdadeira independência da metade Norte da península coreana.

Quando o imperialismo dos EUA invadiu a Coreia do Norte, tal como colonialismo japonês antes, sofreu uma das mais humilhantes derrotas militares que nunca será esquecida na sua história reacionária. Sabemos também que os EUA e o Ocidente odeiam a RPDC venenosamente por se recusar a ser uma marioneta do imperialismo como Coreia do Sul. Uma guerra suja de falsa propaganda é travada contra a RPDC porque esta recusa o caminho capitalista e neocolonial da escravidão, subdesenvolvimento e exploração, tendo escolhido em vez disso o caminho do desenvolvimento para a liberdade e o humanismo, o socialismo.

  Em África não aceitaremos ser enganados pelos imperialistas que sempre foram parte integrante dos nossos problemas. O imperialismo não é e nunca foi amigo de África, mas o seu inimigo. Revolucionários e patriotas africanos nunca permitirão que seja o imperialismo a dizer-nos quem são nossos amigos. Sabemos quem são nossos amigos! E A Coreia do Norte sempre foi um verdadeiro amigo da África.

Quando todo o continente africano estava sob o colonialismo ocidental, a Coreia sob a liderança revolucionária do camarada Kim Il Sung lutava contra colonialismo japonês, mostrando ao mesmo tempo solidariedade com África.

A RPDC, em nome do internacionalismo socialista aumentou o seu apoio moral, material e militar aos países africanos na sua luta pela libertação do colonialismo, imperialismo e do apartheid. Imediatamente após a independência do colonialismo na década de 1960, milhares de africanos, incluindo quenianos, receberam educação superior, técnica e especializada na Coreia do Norte. A RPDC não só ofereceu armas, finanças e solidariedade material para Namíbia, África do Sul, Angola e Moçambique na sua luta contra o apartheid e o imperialismo, mas também enviou revolucionários internacionalistas para lutarem lado a lado com os africanos.

  A RPDC lutou ao lado do Egito durante a guerra de 1967 contra o brutal regime sionista de Israel, apoiado pelos países ocidentais. Hoje a RPDC está juntamente com os países africanos procurando uma nova ordem internacional. Em consequência, a RPDC é atacada pelo imperialismo e seus regimes fantoches por estar na vanguarda e mostrar pelo seu próprio exemplo, que uma nova ordem internacional apenas pode ser anti-capitalista e anti-imperialista, terá de ser socialista.

O internacionalismo norte-coreano é lendário, tal como o internacionalismo cubano. E o mínimo que podemos fazer agora, quando o país está enfrentando novos tremendos e brutais desafios, é lembrar quanto deu ao mundo; quanto já se sacrificou pelo bem da humanidade!

Falei com pessoas em Windhoek, que, com lágrimas em seus olhos, recordavam a luta da Coreia do Norte contra o apartheid na África do Sul. Naturalmente, o apartheid desfrutava de pleno apoio do Ocidente. Recorde-se que tropas sul-africanas participaram na guerra da Coreia contra a RDPC e a China.

  A RDPC participou da luta de libertação de Angola, da Rodésia (agora Zimbabwe), Lesoto, Namíbia e Ilhas Seychelles. Forneceu assistência para o Congresso Nacional Africano e sua luta épica para libertar a África do Sul do apartheid. No passado, ajudou as então nações progressistas africanas, incluindo a Guiné, Etiópia, Zimbabué, Mali e Tanzânia.

Arthur Tewungwa, político do Congresso do Povo de Uganda (UPC) na oposição compara a participação da Coreia do Norte e do Ocidente no seu país e na região dos grandes lagos africanos:

Uganda beneficiou da sua relação com a Coreia do Norte na década de 1980 quando ajudou o governo a lutar contra os rebeldes de Museveni, que eram apoiados pelos EUA e Reino Unido. Moralmente, em comparação com a RPDC, aqueles países estão numa situação insustentável pelo derramamento de sangue que provocaram na região dos grandes lagos africanos.


Terá a Coreia do Norte sido totalmente abandonada, deixada à sua sorte? Terá sido "traída"?

Diz-nos Christopher Black, um eminente advogado internacional com sede em Toronto, Canadá:

O fato de os EUA, estarem a impor sanções a um país ameaçado é hipócrita e injusto. Que russos e chineses se tenham juntado aos EUA no presente, em vez de apelar a sanções contra os Estados Unidos pelas suas ameaças contra a RPDC e seus repetidos exercícios militares, que são um perigo claro e presente para a Coreia do Norte, é vergonhoso. (…)

A situação é sombria, mas provavelmente não é fatal; ainda não fatal…

Jeff J. Brown , especialista da China com sede em Pequim, não esconde seu otimismo quando se trata do relacionamento sino-russo com a RPDC:

Não há muito que a Coreia do Norte faça na arena internacional, sem que o papá Pequim não tenha o seu dizer. São dois países comunistas fraternos e há 65 anos, os chineses derramaram muito sangue, além de suportarem muitos custos para salvar a Coreia do Norte do ataque do Ocidente. Um filho de Mao Zedong morreu na guerra da Coreia, lutando contra o imperialismo ianque. Existe na China uma etnia de dois milhões coreanos vivendo ao longo da fronteira com a Coreia do Norte; um milhão de coreanos do norte vivem e trabalham na China. Os coreanos são uma minoria reconhecida na China.

 Nenhum outro país no mundo entende a Coreia do Norte tão bem quanto a China. Esta proximidade é emblemática na sua fronteira comum, o rio Yalu, que é tão pouco profundo que pode ser atravessado a vau. A RPDC também compartilha fronteiras com outro aliado chave, a Rússia. A China é o grande irmão e protetor da Coreia do Norte. Francamente, face às próximas sanções do Conselho de Segurança da ONU o Ocidente está a ser usado para servir uma política suja.

A China e a Rússia têm longas fronteiras com Coreia do Norte, estradas e caminhos-de-ferro intercomunicam os três países. De acordo com minhas fontes em Moscovo e em Pequim, é altamente improvável que os dois maiores aliados da Coreia do Norte apliquem novas sanções, quer oficialmente as "apoiem" ou não. Contudo a lógica de Christopher Black está absolutamente correta: é o Ocidente que deveria estar sofrendo as mais duras sanções imagináveis, não a RPDC.

Foi o Ocidente, não a Coreia do Norte, que matou mil milhões de seres humanos, ao longo da História. Foi o Ocidente que colonizou, saqueou, violentou e escravizou povos em todos os cantos do planeta. Que mandato moral têm para propor e impor sanções contra qualquer um?

Vivemos num mundo verdadeiramente perverso onde assassinos em massa agem como juízes. A Coreia do Norte derramou sangue pela libertação da África. Mostrou verdadeira solidariedade com povos roubados, torturados, como aqueles a quem Franz Fanon costumava chamar os "miseráveis da terra".

É por isso que, de acordo com uma lógica perversa (que tem raízes no fundamentalismo religioso e cultural ocidental), a Coreia do Norte tem de ser punida, humilhada e possivelmente até mesmo limpa da face da terra. Não porque tenha feito algo objetivamente 'mau', mas porque a objetividade perdeu significado. Termos como "bons" e "maus" são agora determinados por um único critério: 'bom' é tudo o que serve os interesses do Império do Ocidente, 'mau' é o que desafia a sua ditadura global.

Se alguém salvar uma cidade, que tinha sido designada pelo Império para ser destruída e pilhada, será punido de forma mais sádica e brutal. A Coreia do Norte fez exatamente isso. Só que não salvou apenas uma aldeia, mas ajudou a libertar um continente inteiro!


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