O paraíso é um deserto!
O sistema político-econômico-cultural vigente, vulgo Império, não sobrevive sem a miséria e a desgraça social. A tristeza combustível para o consumo é predominante propositalmente para a busca insana a mercadorias que por um breve momento a suspendem. Somos facilmente seduzidxs por imagens, que no fundo não são nada. Portanto, até essa tristeza é falsa. Onde se encontra nossos devires e sentimentos? Destruamos x Cidadãx Metropolitanx e toda sua concretude abstrata, toda sua verdade falsa, toda sua vida morta. Quem sabe encontramos?
A vida “moderna” é vazia, não têm sentido. Ou melhor, só têm sentido se for vazia. O mercado não regula só a economia, mas regula toda encenação de nossa vida. X cidadãx produzidx vive em constante ameaça e difunde a policiação que saiu do meio unicamente institucional. Tudo aquilo que possa estimular novas formas-de-vida foi e é interfirido. Há então um jogo inútil de distração a certas ausências e impossibilidades.
“Mantenha a calma e continue.”
“Viva cada momento como se fosse o último!”
“Carpe Diem”
Estamos em estado de desertificação. Por todo o lado novas formas-de-vida estão sendo neutralizadas. O gado guiado pelo pastor invade todas as terras habitáveis. A guerra contra nós e nosso ambiente está em curso desde 1500. Temos de reconstruí-lo e expropriar independência do mercado. Repito a independência do mercado é essencial. Fertilizemos nossa desprezível cotidianidade. E que brotem mais e mais armas para a nossa frente ofensiva, pois o “passificismo” é a obediência e a rendição diante o Império. No nosso ódio, na nossa fúria, na nossa destruição, contudo, é perceptível nossa debilidade. O que resta depois desse efêmero ato emotivo? Nada, e consequentemente, o Império. Logo, estamos distraidxs de novo. Apodrecemos.
Repensemos com calma no seguir dos dias de nossa militância já cotidiana. Umx anarquista, umx comunista do partido “Z”, o deputado do PMDB,uma senadora do PT, um Integralista, não deixam de propagar o mesmo deserto. Reclamar e projetar não deixam de ser um jogo de distração. Todxs estão correndo. Tentando atropelar umx ax outrx, confusxs e tentantdo chegar...ao nada.Ao se cansarem voltam a seus lares para recompor a energia para o dia seguinte de trabalho. O império também te encontra na sombra.
“Uirapurus voando...
Ao sentirem o vidro,
dão meia-volta.”
Foto: Christoph Diewald.