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101110_angolaAngola - Notícias Lusófonas - Angola comemora amanhã 35 anos de poder do MPLA. O povo continua cada vez com mais fome, o presidente não eleito está no poder há 31 anos. É democracia, diz Portugal

Angola comemora amanhã 35 anos de (in)dependência. Desde 11 de Novembro de 1975, mais uma vez por obra e graça dos amigos portugueses, o MPLA é dono e senhor do reino. José Eduardo dos Santos é há 31 anos, sem ter sido eleito, o presidente da República. Na colónia de Cabinda continuam os tiros. No país, o povo continua a ser gerado com fome, a nascer com fome e a morrer pouco depois com... fome.


Por Orlando Castro

De Portugal, como sempre, vão chegar a Luanda mensagens de felicitações do PS, PSD, CDS-PP e PCP que – como sempre acontece – vão enaltecer os esforços do Presidente angolano na consolidação do que dizem sar uma democracia, se bem que um regime político onde a esmagadora maioria do povo passa fome poderá chamar-se tudo menos democracia.

No caso de Angola, democracia deve ser aquela coisa a propósito da qual Ana Gomes, membro da missão de observação eleitoral da União Europeia nas segundas eleições multipartidárias de Angola, disse:

"São legítimas as dúvidas que foram levantadas por partidos políticos e organizações da sociedade civil sobre a votação em Luanda"; "Posso apenas dizer que a desorganização foi bem organizada";"À última da hora, foram credenciados 500 observadores por organizações que se sabe serem muito próximas do MPLA"; "Parece que alguém não quis que as eleições fossem observadas por pessoas independentes"; "As eleições em Luanda decorreram sem a presença de cadernos eleitorais nas assembleias de voto e isso não pode ser apenas desorganização..."

No contexto partidário de Portugal, o Bloco de Esquerda acaba sempre por ficar isolado nas críticas à "falta de democracia" em Angola, sobretudo porque os restantes partidos continuam a varrer o lixo para debaixo do tapete, dizendo que tudo vai bem no regime angolano.

É natural. Percebe-se que o PSD, por ter legítimas aspirações de governo, e o PS, por ser governo, tenham uma postura de Estado e uma política típica dos que são, ou querem ser, donos da verdade. Em relação a Angola é claramente uma política de subserviência e bajulação, também advogada pelo próprio presidente (este eleito) da República, Aníbal Cavaco Silva.

Quanto aos outros, o PCP continua igual a si mesmo, ou não fosse um dos pais do MPLA, ou não fosse o principal responsável pelo facto do MPLA estar no poder em Angola desde 1975.

Em relação ao CDS, já lá vai e está mais do que enterrado o partido que Freitas do Amaral, Adelino Amaro da Costa, Lucas Pires ou Adriano Moreira. Até mesmo Ribeiro e Castro se rendeu à cartilha do MPLA.

João Semedo, deputado do BE, não tem medo de dizer que existe "perseguição política, violação dos direitos humanos e de liberdade de imprensa" em Angola, sublinhando que aquele país tem "o mesmo presidente da República há 31 anos".

Mas tudo isto, e o muito mais que se vai sabendo, é claro, nada significa se comparado com os dólares da Sonangol ou com os quase 100 por cento do Porduto Interno Bruto que representa o clã Eduardo dos Santos. Tão simples quanto isso.

Quanto ao resto, enquanto a Sonangol, MPLA, José Eduardo dos Santos e os seus comparsas portugueses deixarem, sempre iremos dizer que:

Em Angola, mais de 68% da população vive em pobreza extrema e a taxa estimada de analfabetismo é de 58%, que a dependência sócio-económica a favores, privilégios e bens, ou seja, o cabritismo, é o método utilizado pelo MPLA para amordaçar os angolanos.

Também continuaremos a dizer que em Angola o silêncio de muitos, ou omissão, deve-se à coação e às ameaças do partido que está no poder desde 1975, que a corrupção política e económica é, hoje como ontem, utilizada contra todos os que querem ser livres, ou que pos 3 a 6% do orçamento para a saúde dos seus cidadãos não chega sequer para atender 20% da população.

Também continuaremos a afirmar que mais de 80% do Produto Interno Bruto é produzido por estrangeiros; mais de 90% da riqueza nacional privada foi subtraída do erário público e está concentrada em menos de 0,5% de uma população de cerca de 18 milhões de angolanos.

Ou que o acesso à boa educação, aos condomínios, ao capital accionista dos bancos e das seguradoras, aos grandes negócios, às licitações dos blocos petrolíferos, está limitado a um grupo muito restrito de famílias ligadas ao regime no poder.


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