O ato simbólico foi realizado na Farola, na cidade de Vigo, e nele várias das ativistas realizárom umha performance simulando os cadáveres de mulheres mortas por causa do terrorismo machista, enquanto outras integrantes da nova entidade feminista portavam umha faixa com a legenda “Luita feminista radical contra o feminicídio”.
Da Assembleia Feminista Galega também quigérom lembrar, recolhendo os seus nomes, as mulheres assassinadas tanto na Galiza como no conjunto do Estado espanhol no que vai de 2014 (5 na Galiza e 44 a nível estatal).
O ato finalizou com palavras de ordem contra o Partido Popular, contra o terrorismo machista e apelando à açom feminista contra as agressons.
Disponibilizamos o manifesto elaborado pola Assembleia Feminista Galega para este ato:
Este ano é o 10º aniversário da adopção unânime da Lei Orgânica 1/2004 das medidas proteção abrangente contra a violência de gênero.
Esta lei colocou, pela primeira vez na agenda política um assunto que até então era um crime invisível, reconhecendo que a violência de gênero é o símbolo mais brutal da desigualdade em nossa sociedade. Não é possível erradicar o terrorismo machista sem reconhecer que se alimenta da discriminação á que nos submete o sistema patriarcal, em aliança com o capitalismo neoliberal que está perpetuando a reprodução das desigualdades e injustiças e gerando grande foco de opressão contra as mulheres.
No entanto, os Governos estão a abdicar das suas responsabilidades com as cidadãs e das suas funções sociais. Os direitos que conseguimos com tanto esforço, estão ameaçados pela ofensiva patriarcal buscando a subordinação das mulheres e que resultam na feminização da pobreza e do aumento do femicídio. No último anos, o orçamento da Junta destinado à luta contra a violência para as mulheres, reduziu-se um 25%.
Saimos às ruas para denunciarmos que são mais de 700 as mulheres assassinadas pelo terrorismo machista no Estado Espanhol na última década. No que vai de ano, 38 mulheres e duas crianças foram assasinadas pelo terrorismo machista.
As mulheres vítimas de feminicídio têm nomes, são mães, filhas, esposas, sobrinhas, alunas, funcionárias, amigas e quando tais crimes são cometidos contra elas não só causa danos à família. A violência machista é uma violação dos direitos humanos das mulheres e um problema estrutural que afeta a todos e todas e a passividade das instituições e da sociedade ante as mulheres assassinadas desesperam-nos...
Da Asembleia Feminista Galega em construção denunciamos:
- que estes assassinatos têm um nome: feminícidio e que se produzem no marco desta sociedade patriarcal na que as mulheres somos agredidas pelo facto de o sermos.
- que a violência contra nós vê-se intensificada pelas medidas de cortes em políticas de igualdade do governo misógino do Partido Popular.
- denunciamos os modelos de masculinidade e feminidade hegemónicos e tradicionais que são parte da estrutura que produz a violência machista.
- o papel dos meios de comunicação que contribuem à normalização do feminicídio.