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DONOSBrasil - Causa Operária - No Brasil existe eleição mas não existe campanha eleitoral. Pelo menos não para os candidatos que a imprensa capitalista costuma esconder. O Tribunal Superior Eleitoral sempre foi o órgão regulador da eleição, que significa na linguagem clara, que o TSE é o mecanismo para que a eleição deixe de ser eleição de fato e se torne controle de um punhado de juízes. Mas esse ano, tudo tem piorado.


Foto: as cinco maiores emissoras de TVs do Brasil e seus respectivos donos.

Na prática, o TSE proíbe que haja campanha eleitoral por parte dos candidatos.

Em plena era da internet e das redes sociais, o TSE limitou a propaganda de tal maneira que ficou praticamente impossível para qualquer candidato. Decidiram proibir que publicações e páginas de candidatos no Facebook sejam promovidas. O candidato pode ser punido pelo tribunal caso seja denunciado. O meio mais democrático e mais barato de campanha fica assim praticamente bloqueado durante a campanha eleitoral.

Sendo assim, o candidato fica nas mãos dos monopólios da imprensa, como sempre aconteceu. Ele depende de que a imprensa capitalista possa divulga-lo. Essa, por sua vez, mostra os candidatos que ela quiser, como sempre aconteceu, esconde aqueles que ela não quer mostrar, como sempre aconteceu. Na "era das redes sociais" quem continua dominando as eleições são os candidatos da burguesia, ligados aos grandes monopólios capitalistas.

O TSE também procurou dificultar a doação para campanhas. Se um cidadão qualquer decidir apoiar um candidato, vai enfrentar uma imensa burocracia. Pessoa física só pode doar 10% do seu rendimento. Mais uma vez, quem ganha são as candidaturas burguesas, que não vão deixar de receber dinheiro das empreiteiras, bancos e dos grandes industriais.

E o fundo partidário? Poderia perguntar um eleitor mais ingênuo. Enquanto esses mesmos grandes partidos recebem quase R$ 50 milhões, partidos pequenos recebem R$ 500 mil, quando recebem. A conclusão é bem "democrática". Quanto mais dinheiro o partido recebe dos empresários, mais ele ganha de fundo partidário.

Se um partido, como o PCO, baseia sua campanha não nos empresários, mas nos trabalhadores, as dificuldades são imensas. A burocracia para receber doações é imensa, pressupondo-se que os candidatos receberão o dinheiro de meia dúzia de grandes doadores. Mas se o partido procura se basear em milhares de trabalhadores que doarão algumas dezenas de reais para sua campanha, essa torna-se uma aventura.

De acordo com as regras do TSE, que faz a legislação para os partidos burgueses, a militância praticamente está abolida. Só pode fazer propaganda política quem recebe um salário com carteira assinada.

Tudo isso em nome da moralidade na política. Se existe uma coisa pela qual um Juiz preza é a ética, não é mesmo? Segundo nos prega a direita nacional, o Brasil inteiro é corrupto, não só os políticos, mas a Dona Teresinha que mora no bairro, o Seu Manoel que vende doce na esquina. Para a direita, para os colunistas da Revista Veja e da Rede Globo, o Brasil é um País corrupto, só os Juízes não seriam. Os do TSE particularmente seriam tão morais que têm o direito de decidir em quem o povo deve votar.

Do mesmo modo, a imprensa capitalista é pura. Assim como os Juízes, somente ela saberá dizer em quem o povo deve votar.


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