Um grupo de aproximadamente 200 mulheres do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) fizeram nesta terça-feira (8), Dia Internacional da Mulher, um protesto contra a Rede Globo de Televisão em Goiânia (GO). Elas ocuparam a sede do Grupo Jaime Câmara, edifício que abriga, entre jornais e a surcusal da rádio CBN, a TV Anhanguera; afiliada da emissora no estado.
As manifestantes fizeram um escracho na recepção do prédio. Em um vídeo postado no Instagram do jornal Popular, que também fica no edifício, as manifestantes cantam palavras de ordem como "o povo não é bobo, abaixo a Rede Globo". A Polícia Militar chegou ao local depois do encerramento do ato.
A mobilização, como lembra Bete Cerqueira, coordenadora do MST, integrou a Jornada Nacional de Lutas das Mulheres do movimento. Pela manhã, elas já haviam feito um protesto, em conjunto com outros grupos, na frente da Secretaria da Fazenda, para atrair atenção para a Lei de Agricultura Familiar e Camponesa, que está engavetada na Assembleia Legislativa do Estado de Goiás.
Segundo ela, a emissora foi alvo dos protestos por estar "a favor de um projeto que não favorece a classe trabalhadora". Bete diz que o ato denuncia o apoio da emissora - que "nasceu com o golpe militar" - ao que intitulam de "segundo golpe", se referindo a um possível processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff.
"Não era um ato apenas contra os ataques ao Governo [federal], mas aos trabalhadores, pois eles acabam desviando a atenção para outras coisas e só passam a verdade do agronegócio", afirma a militante.
Em nota, a TV Globo chamou os atos de "uma tentativa de intimidação ao trabalho de imprensa".