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Jorge Nunes (para o DL) - No passado dia 18 de Janeiro, Leonard Peltier, um índio americano activista, escritor, artista e candidato ao prémio nobel da paz de 2007, completou 12.400 dias de prisão numa cela dos Estados Unidos da América. 


Em 1975, foi acusado da morte de dois polícias do FBI. Após a perseguição de um fugitivo ainda hoje não identificado, os dois agentes estiveram envolvidos num tiroteio dentro da reserva de Pine Ridge, no estado de Dakota do Sul. Na confusão dos disparos, morreu também Joe Killsright Stuntz, pertencente à  tribo Lakota, para o qual nunca foi aberto um inquérito criminal. 

Depois do incidente, o FBI desencadeou uma violenta operação de caça ao homem que resultou nas prisões de Bob Robideau e Dino Butler, ambos pertencentes à comunidade Lakota de Pine Ridge. Leonard Peltier foi extraditado do Canadá, exigindo o governo deste país a condição de abandono da pena de morte às autoridades norte-americanas.

Em Abril de 1977, Leonard Peltier foi condenado a duas penas perpétuas pela morte dos agentes  Jack Coler e Ronald Williams. Na base da acusação algumas provas do crime foram fabricadas pelo FBI. A evidência balística comprovou que a arma usada por Peltier não foi a mesma que matou os dois polícias. Também, o FBI obteve declarações falsas sob coacção de testemunhas, como o caso de Myrtle Poor Bear que escreveu três declarações diferentes, uma delas dizendo que era a namorada de Peltier, quando o próprio nunca a conheceu.

No passado dia 28 de Julho, a comissão federal reunida para a aplicação de uma libertação condicional, decidiu não absolver o activista índio, com o motivo de tal decisão promover o desrespeito pela lei. Para que o réu fosse absolvido, a comissão teria de obter uma confissão de culpabilidade em relação aos crimes, ou seja, Peltier teria de mentir para ser perdoado e libertado  pelas autoridades.

 

Por não ter seguido este absurdo critério, Leonard Peltier continua preso e apenas será ouvido dentro de vinte anos, quando outra comissão decidir analisar o processo.

Enquanto a indiferença e o desconhecimento ao redor desta demanda existirem, serão contados os dias deste injusto encarceramento.

 


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