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12308013 866575416784915 7541037968771721403 oVenezuela - Diário Liberdade - [Alejandro Acosta] Recentemente, foram anunciadas várias medidas para manter as “conquistas da Revolução Bolivariana” contra os iminentes ataques da direita que conseguiu uma arrasadora maioria na Assembleia Nacional nas eleições legislativas que aconteceram no dia 6 de dezembro.


Foto: Alejandro Acosta

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Nos dias 7 e 8 de dezembro, os chavistas, em geral, ficaram estupefatos e paralisados. Nesses dois dias, não houve qualquer manifestação nas ruas, nem do chavismo nem da direita. Na quarta-feira, 9 de dezembro, um grupo de aproximadamente cinco mil ativistas dos movimentos sociais foi até o Palácio Presidencial de Miraflores e exigiu falar com o presidente Nicolás Maduro. Apesar das recomendações da segurança de evitar o portão de entrada principal, Maduro foi até lá e, desde o capô do automóvel em que se encontrava, conversou com os ativistas e recebeu uma delegação. Essa delegação ficou incumbida de encaminhar propostas concretas para enfrentar a crise no prazo de uma semana. A crise aberta pela vitória eleitoral da direita passa pela “guerra econômica”, a burocratização e a corrupção do PSUV (Partido Socialista Unido de Venezuela) e dos aparatos do estado, e, principalmente, pelo colapso dos preços do petróleo que levou ao chão as políticas do chavismo.

Radicalização do PSUV?

No dia seguinte à manifestação dos movimentos sociais no Palácio de Miraflores, na quinta-feira 10 de dezembro, aconteceu um Congresso Extraordinário do PSUV que também foi incumbido de ficar em sessão permanente e voltar com propostas concretas para combater os problemas, após ter consultado as bases e as UBCHs (Unidades de Base Bolívar Chávez). Os discursos do presidente Maduro, e até de outros membros da cúpula do chavismo, tornaram-se muito mais radicais. Frases como “não iremos entregar as conquistas da Revolução Bolivariana” se tornaram cada vez mais comuns até na boca de Diosdado Cabello, o atual presidente da Assembleia Nacional, e de outros membros da cúpula do chavismo.

Recentemente, Cabello anunciou que entrará em funcionamento o Parlamento do Poder Popular, um componente dos cinco poderes do estado venezuelano, que havia ficado até agora em letra morta. Em dezembro de 2010, o presidente Hugo Chávez havia aprovado por decreto a criação do Parlamento Comunal, mas ficou perdido na lei Orgânica de Comunas, uma das cinco leis comunais, e nunca havia saído do papel. As comunas seriam a base do Poder Popular, apesar de nunca terem ido muito longe por causa do burocratismo que impera no PSUV e nos aparatos do estado, e que o chavismo oficial tem propagandeado como as “dificuldades para mobilizar a população”. O Parlamento Comunal terá “recursos, delegacias, tomada de decisões, leis, forma de vida”. A isso se somou a nomeação da advogada Susana Barreiro, como Defensora Pública. Ela foi a juíza que condenou o direitista Leopoldo López a 13 anos de prisão.

Até que ponto esse Parlamento poderá enfrentar a Assembleia Nacional dominada pela direita e o burocratismo chavista, ainda deverá ser analisado no próximo período. Essas movimentações têm na base a forte pressão da ala esquerda do chavismo, que por sua vez é pressionada principalmente pelos movimentos sociais. Ao mesmo tempo, a ala direita deverá usar a “radicalização” como moeda de troca para as inevitáveis negociações que acontecerão com a direita.

A base material do chavismo, a renda petrolífera, se esgotou. O chavismo como é conhecido hoje está com os dias contados. A perspectiva é que, conforme a crise continuar se aprofundando, o chavismo rache em vários grupos. Uma ala favorável ao ajuste e ao acordo com a direita aparece claramente a partir dos governadores ex-militares e de setores da burocracia. E também aparece claramente a ala esquerda, principalmente os setores ligados aos movimentos sociais.

Alejandro Acosta é cientista social, colaborador do Diário Liberdade e escreve para seu blog pessoal.


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