Foto de Bradle Theater (CC by-nc-nd/2.0/) - O ator Waris Ahluwalia, primeiro na fila, num show.
Ahluwalia afirmou que não se apresenta em público sem o turbante. "É como pedir a alguém que tire a roupa", disse o ator aos funcionários de segurança da empresa de aviação mexicana, que negaram o embarque até que Ahluwalia tirasse o turbante.
Por meio de um comunicado por escritor, a Aeroméxico informou que "é obrigada a cumprir os requisitos federais em termos de segurança, determinados pela Autoridade de Transporte Aéreo dos Estados Unidos para revisão de passageiros".
Este é um dos inúmeros casos de acentuado preconceito contra árabes, materializado por intensa agressividade pós-11 de setembro de 2001. Já houve casos dentro dos Estados Unidos em que se proibiu embarque de passageira por, simplesmente, possuir face com traços árabes.
Um dos mais recentes e tristemente famosos casos da, subproduto da política, da mídia hegemônica e da indústria da propaganda e do medo de Hollywood, esquizofrenia norte-americana deu-se no ano passado em que o passageiro foi agredido verbalmente por outro, impossibilitado de viajar até intervenção de funcionários da Southwest Airlines, que saía de Chicago rumo à Dallas. Motivo da histeria: falar árabe.
E eu com isso?
A "Guerra ao Terror", cada vez mais atolada em mentiras, é movida pelo petróleo e pelo preconceito. O mais triste em meio a isso tudo é que o mundo, com raras e honrosas exceções, tacha as poucas vozes no deserto global que tentam recontar o 11 de Setembro e a "Guerra ao Terror" de seres retrógrados.
E no caso específico do Brasil, lamentavelmente a ausência total de consciência - o entendimento de que o 11-S mudou o curso da história levando as sociedades em todo o planeta a viverem em permanente estado de ameaça e vigilância (no caso do Brasil, nas estações de metrô e em todos os espaços, públicos e privados) - não passa junto com o Carnaval... Pelo contrário: tacha-se pesquisadores desta área, generalizadamente, de preocupados em demasia com (pasmem!) os problemas "dos outros".
Tal anestesia da consciência coletiva que gera profunda indiferença, é tudo o que os usurpadores do poder precisam para corromper, para aplicar políticas de linha dura, para ferir liberdades civis e para perpetuar suas mentiras. Ensina-nos a história que este sentimento de apatia e estado de alienação societária são também matéria-prima de regimes fascistas, hoje pateticamente representados pelo agonizante Império e suas marionetes mundo afora.
Sem uma reconstrução da história deste novo século, especificamente dos atentados de 11 de setembro de 2001, a humanidade está fadada ao caos. Faz-se, portanto, preciso que mudemos o estado de espírito.